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David

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Um adeus a David Lopes Ramos

Para me confortar, lembro-me de o David me ter dito um dia, no final de um almoço entre amigos, algo parecido com isto. "Estes prazeres já ninguém mos tira. Se morresse agora, já não podia queixar-me". Mas, aos 63 anos, o David preparava-se para viver uma segunda vida. Tinha acabado de se reformar, a Lila também já se tinha reformado, e os dois iam agora poder passar mais tempo juntos.

Alguns dos amigos mais próximos estavam a preparar um almoço para comemorar essa segunda vida. A doença, surgida repentinamente, não o permitiu. Agora, só nos resta ficar com as memórias dos muitos momentos passados em conjunto, das viagens gastronómicas feitas a Trás-os-Montes, dos jantarinhos em sua casa, da sua palavra educada e amiga, da sua imensa sabedoria, da sua pureza e bondade. Por mim, vou tentar ficar com a imagem do sorriso que esboçou quando lhe levei os beijos ao "Pai Natal". Foi com esse sorriso que me despedi dele, sem saber que era para sempre. Adeus meu grande amigo e desculpa as lágrimas que me estão a cair.

{Pedro Garcias, jornalista, anterior editor da Fugas}

 

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"Perdeu-se o elo mais forte da nossa gastronomia"
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29.04.2011 -  por Sérgio C. Andrade, Ana Machado

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