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Os melhores brunches de Lisboa

Por Ana Henriques

Com os olhos no Tejo, numa acolhedora praça no centro da cidade, em cenário irlandês ou por entre a frescura de jardins. Uma dose bem servida de boas propostas para um brunch na capital.

 

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Pão de Canela

No meio da imensa variedade de pitéus, ninguém dá nada pelos discretos mas deliciosos pastéis de alho francês que estão ao pé dos vistosos choux de requeijão. Um pouco como a própria casa de chá Pão de Canela, na Praça das Flores: quase não se dá por ela, e no entanto serve um dos brunches com a melhor relação qualidade-preço de Lisboa. Por menos de 12 euros, o manjar inclui ovos mexidos e bacon, claro, mas também há salmão fumado e espargos, tartes e iogurtes, compotas, cereais e presunto. Tudo à discrição. É difícil pedir mais, mas ainda há sopa, salsichas, croquetes, pastelaria variada, várias qualidades de pão e croissants, já para não falar da salada de fruta. O preço ainda inclui sumos - de pacote, é certo -, Coca Cola e outras bebidas não alcoólicas. O ambiente é informal, quase de bairro. Apetece mesmo ficar cá fora, numa das duas esplanadas que dão para o jardim a ouvir a passarada a cantar e a pôr leituras em dia.

É aproveitar, que poucas são as casas da cidade a servir tanto brunch por tão pouco. E se o estacionamento na zona é uma dor de cabeça aos dias de semana, ao fim-de-semana torna-se mais fácil encontrar lugares na vizinha Rua de São Bento. É verdade que depois é preciso subir a ladeira até ao jardim, mas com tanta comida à disposição um bocadinho de exercício só faz é bem... portanto, bom apetite!

Pão de Canela Praça das Flores, 25 a 29 Tel.: 213 97 22 20 Fins-de-semana e feriados, das 10h00 às 16h00 Preço: €11,90. www.paodecanela.com


Bica do Sapato

Esparramados nos enormes cadeirões de orelhas da esplanada, os turistas de Leste mal conseguem falar. O lauto banquete deu cabo deles, e como o silêncio por aqui é de ouro a preguiça assenhorou-se-lhes dos membros e da compostura, impedindo-os de se levantarem para seguirem viagem. Ficam calados cada um para seu lado, quais estátuas de sal em desalinho. De vez em quando, ainda fazem uma vã tentativa de conversar entre si, mas a vontade de fazerem seja o que for tornouse inversamente proporcional à variedade de coisas tentadadoras para experimentar na mesa posta lá dentro, ainda por cima à discrição. Por onde começar? Pela bola de bacalhau ou pela bola de farinheira? O melhor é provar de tudo em pequenas doses, agora uma pequena dose do delicioso ceviche de garoupa, depois uma fatia de carpaccio de espadarte e um pãozinho de sementes. Ou uma fatia de broa para acompanhar o queijo da serra amanteigado mais o gouda. O presunto e o paio, esses, estão mesmo a pedir uma das saladas para acompanhar.

Mas nada de nos perdermos, que a procissão ainda vai no adro e as iguarias frias são apenas o começo do buffet. Depois dos inevitáveis ovos e bacon, cogumelos e tomate assado vêm os restantes pratos quentes da casa: escalopes de vitela grelhados, gratinado de legumes e o que mais tiver lembrado ao cozinheiro. Quase desolada, a paisagem do cais vazio e do rio a escassos metros convidam a meditações etéreas, não fossem as sobremesas estarem à espera.

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