Shis
Instalado na emblemática praia do Ourigo, mesmo ao lado do paredão da foz do Douro, o Shis é um dos mais requisitados restaurantes da nova vaga portuense. Mas, mais do que a localização sobre o mar, o sucesso parece sustentado numa cozinha cosmopolita, consistente, saborosa e com toques de requinte, que tanto pode abarcar os sabores tradicionais como as tendências mais actuais, incluindo a japonesa. O ambiente é igualmente moderno e cosmopolita, uma característica que é comum aos projectos do arquitecto Paulo Lobo. O espaço é amplo e o mar como que entra pelos amplos janelões, por efeito do grande espelho que ocupa a parede do fundo a reflectir a espuma e agitação das ondas atlânticas. À segurança da cozinha de António Vieira haverá que juntar uma carta de vinhos ampla e com oferta diversificada de serviço a copo. Outro dos atractivos deste espaço é a esplanada contígua e o horário alargado, já que funciona ininterruptamente desde o meio-dia até à uma da manhã. Apesar de aberto ainda há menos de cinco anos (que completa neste Verão), o Shis é já uma espécie de lugar obrigatório no roteiro portuense da modernidade, pelo que será sempre prudente a marcação antecipada. José Augusto Moreira
DOC
Com uma localização fantástica sobre o rio Douro, o DOC não só abriu novos horizontes para a região como é já parte integrante do seu património. E tudo isto em escassos cinco anos. O edifício, de linhas modernas, foi edificado sobre as águas do rio, num complexo que inclui um ancoradouro. Com ampla fachada envidraçada voltada para a água, acede-se ao interior por um vasto deck que funciona também como esplanada. Na frente apenas um manto de água e, na outra margem, a quietude dos vinhedos em socalcos e, de quando em vez, o comboio a rasgar a paisagem. Apesar do bucolismo envolvente, o DOC é um restaurante onde é notória a sofisticação, da cozinha ao conforto da sala. E esse foi o rasgo de génio do chef Rui Paula, que aos produtos e pratos de raiz local soube associar os conceitos de modernidade e preparação elaborada. Produtos de origem local como o cabrito, as carnes de porco, cogumelos, favas e o azeite ganham um protagonismo especial graças à elaborada cozinha de Rui Paula, que sabiamente lhes juntou a técnica e alguns complementos da grande cozinha internacional. Além dos sabores apurados e dos cozinhados de origem local, o DOC apresenta hoje também pratos com o cunho da mais sofisticada cozinha internacional. E esse, a par da localização, é o grande aliciante: algures entre a Régua e o Pinhão e com uma oferta ao nível dos melhores e mais cosmopolitas. José Augusto Moreira
Retiro da Ponte
A coberto de verdejantes prados, luxuriante vegetação e o remanso das águas do rio Coura, o Retiro da Ponte é um abrigo gastronómico igualmente capaz de dar prazer e satisfação ao estômago. O nome vem-lhe da localização, já que fica mesmo ao lado da velhinha ponte de Vilar de Mouros, a localidade minhota que se tornou famosa pelos festivais de música. Pela localização e pela aprazível varanda que avança até à margem sobre choupos e amieiros, este é um lugar onde sabe bem estar no Verão. A casa em pedra, que mantém intacta a traça exterior a denunciar antigos usos agrícolas, foi cuidadosamente recuperada e adaptada às novas funções. O espaço é confortável, de concei-to moderno e elegante. A cozinha apoia-se no receituário regional com alguns apontamentos de modernidade e o serviço segue também as tendências mais actuais. Contida na sua amplitude, a lista oferece opções sensatas, onde se destacam o bacalhau, o polvo assado ou o cabrito assado no forno. Na memória de uma passagem em tempos de Inverno ficou-nos uma saborosa açorda de alheira (servida dentro dum pão) e o rabo de boi estufado. E também uma tarte de laranja de confecção caseira. Além da localização privilegiada, louve-se também a oferta que valoriza a cozinha regional. José Augusto Moreira