Fugas - restaurantes e bares

  • Marisqueira Ibo, Amêijoa da Ria Formosa
    Marisqueira Ibo, Amêijoa da Ria Formosa Mara Carvalho
  • Ibo. João Pedro e Daniel, pai e filho,
sócios do Ibo restaurante
    Ibo. João Pedro e Daniel, pai e filho, sócios do Ibo restaurante Mara Carvalho
  • Hélder e a filha Rita.
    Hélder e a filha Rita. Mara Carvalho
  • Ribamar
    Ribamar Mara Carvalho
  • Ribamar
    Ribamar Mara Carvalho
  • Marisqueira do Lis
    Marisqueira do Lis Carla Rosado
  • Marisqueira do Lis
    Marisqueira do Lis Carla Rosado
  • Nunes
    Nunes Miguel Manso
  • Nunes
    Nunes Miguel Manso
  • Nunes
    Nunes Miguel Manso
  • Cervejaria da Esquina
    Cervejaria da Esquina Rui Soares
  • Cervejaria da Esquina
    Cervejaria da Esquina Rui Soares
  • Cervejaria da Esquina
    Cervejaria da Esquina Miguel Manso
  • Espinho: Aquário Marisqueira de Espinho
    Espinho: Aquário Marisqueira de Espinho DR
  • Espinho: Aquário Marisqueira de Espinho
    Espinho: Aquário Marisqueira de Espinho DR
  • Espinho: Aquário Marisqueira de Espinho
    Espinho: Aquário Marisqueira de Espinho DR
  • Camarão, Âncora
    Camarão, Âncora DR
  • Marisqueira A Antiga de Matosinhos
    Marisqueira A Antiga de Matosinhos DR
  • Marisqueira A Antiga de Matosinhos
    Marisqueira A Antiga de Matosinhos DR
  • Marisqueira A Antiga de Matosinhos
    Marisqueira A Antiga de Matosinhos DR
  • Marisqueira A Antiga de Matosinhos
    Marisqueira A Antiga de Matosinhos DR

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Marisqueiras para o Verão

Um dos principais trabalhos de quem quer abrir uma casa como esta é identificar os fornecedores. “Passámos muito tempo à procura dos melhores, porque há muitos fornecedores, mas poucos são bons. Por fim, conseguimos entrar no bolo dos que fornecem as melhores casas de Lisboa.” 

No Ibo restaurante “há mais liberdade criativa”, explica João Pedro. A marisqueira quer-se mais tradicional. Mas há detalhes que não nos deixam esquecer que esta é uma família com uma forte relação com Moçambique: um deles é que encontramos sempre na Ibo três ou quatro variedades de piri-piri feito na casa com malagueta fresca.

O chef convida-nos a provar algumas das especialidades. Há sempre uma sopa de marisco e um creme. Provamos o de ervilhas com presunto, para o qual, explica João Pedro, aproveitam o osso do presunto que servem no restaurante. Chega depois um prato de camarão do Algarve (de Olhão) delicadamente cozido em água salgada, mas que mantém o seu sabor ligeiramente adocicado. 

E depois uma impressionante travessa com “camarões de cabeça-cheia”, de Moçambique, que aqui podem ser cozinhados “à Nacional”, ou seja, à moda de uma conhecida cervejaria de Maputo no tempo em que a cidade se chamava Lourenço Marques. Postos a marinar de véspera com manteiga de alho, piri-piri e “algumas ervas”, vão depois para um forno com temperatura muito alta e são regados com cerveja. Todos os pratos com molho são acompanhados por um pão de mistura pensado especialmente para o efeito. Já as cascas de sapateira recheadas, por exemplo, vêm com pão fatiado fino e torrado. 

Os preços variam muito. Entre os 88 euros dos carabineiros, e os 12 euros dos camarões à Guilho, há de tudo: casco de sapateira (14,90 euros), conquilhas (14,50 euros), sapateira (24,50), santola nacional (28,50), lavagante azul (65,80) ou a mariscada para duas pessoas (60,50), que inclui camarão cozido, amêijoa à Bulhão Pato, canilha, sapateira, camarão do Algarve e camarão à Guilho). Também as batatas fritas foram tratadas com a dignidade merecida — foi escolhida a variedade agria, mais indicada para a fritura. 

João Pedro vai descrevendo os pratos e explicando o que mais existe e percebe-se bem o trabalho que pôs na elaboração da carta. Pai e filho querem fazer da casa uma referência do bom trabalho com mariscos em Lisboa. E não só mariscos, esclarece Daniel Pedrosa. Uma das ideias que têm para aqui é trabalhar também o peixe. “É difícil encontrar em Lisboa um espaço agradável e de qualidade onde se trabalhe bem o peixe”. 

Para já, têm diariamente, para quem não gosta de marisco mas vem a acompanhar amigos, uma opção de peixe grelhado e um “lagareiro do dia”, que pode ser com bacalhau ou polvo. E há também arroz (42 euros), cataplana (44 euros) ou açorda de marisco (16 euros). E é possível que no futuro surjam mais variedades de peixes grelhados ou cozidos. 

Falta ainda falar de um detalhe muitíssimo importante: o prego. Se comer um prego depois de uma pratada de marisco se tornou uma tradição para os portugueses, a marisqueira Ibo quer entrar neste campeonato para vencer. “Queremos fazer deste prego uma referência em Lisboa”, anuncia João Pedro. A carne é do pojadouro, “só os lombos, bem escolhidos”, e o pão é de mistura, muito leve. A acompanhar vêm dois tipos de mostarda à escolha. Mesmo para quem acha que é de mais um prego no final de uma refeição, este foi pensado para não pesar muito no estômago. 

Para terminar (e se ainda houver estômago) as propostas são de gelados e doces tradicionais como o pudim Abade de Priscos (numa versão ligeiramente mais leve do que o habitual). E, para os verdadeiramente nostálgicos de comer marisco em Moçambique, há ainda uma surpresa: uma cerveja Laurentina, estupidamente gelada, para acompanhar. (Alexandra Prado Coelho)

IBO Marisqueira. Rua Cintura do Porto de Lisboa, 22 Cais do Sodré, Lisboa. Tel.: 929308068.  Horário: das 12h30 às 24h (fecha à segunda-feira.

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