Fugas - restaurantes e bares

  • Sopa Etruria
    Sopa Etruria" de Alessandro Negrini CatarinaPires@clementinethings
  • "Pedras Vivas" de João Rodrigues CatarinaPires@clementinethings
  • Pimentos crocantes de Alessandro Negrini
    Pimentos crocantes de Alessandro Negrini CatarinaPires@clementinethings
  • Sapateira, flor de limoeiro e nage com manteiga de Espresso Leggero de João Rodrigues
    Sapateira, flor de limoeiro e nage com manteiga de Espresso Leggero de João Rodrigues CatarinaPires@clementinethings
  • Pregado, carabineiro do Algarve e espargos brancos de João Rodrigues
    Pregado, carabineiro do Algarve e espargos brancos de João Rodrigues CatarinaPires@clementinethings
  • Presa de porco alentejano, molho de morcela e coração de alface grelhado com pasta de pimentos curados em sal de João Rodrigues
    Presa de porco alentejano, molho de morcela e coração de alface grelhado com pasta de pimentos curados em sal de João Rodrigues CatarinaPires@clementinethings
  • Alcachofra, caramelo salgado e cerveja vermelha de Alessandro Negrini
    Alcachofra, caramelo salgado e cerveja vermelha de Alessandro Negrini CatarinaPires@clementinethings
  • Tirami-sud de Alessandro Negrini
    Tirami-sud de Alessandro Negrini CatarinaPires@clementinethings

Há uma sopa e sobremesas de duas estrelas no Feitoria

Por Bárbara Wong

Até 27 de Maio há um menu exclusivo da Nespresso Gourmet Week para provar no restaurante lisboeta da autoria de João Rodrigues e Alessandro Negrini.

É com entusiasmo que Alessandro Negrini explica a sua sopa. Fala dos ingredientes, dos legumes que se colhem na Primavera, das regiões onde são apanhados, do sabor que lembra a família e acaba por confessar que a sopa “Etruria” é o seu momento Frank Sinatra – “I did it my way”, diz fazendo rir a plateia.

Esta é constituída pelo pessoal de sala e de cozinha do restaurante Feitoria, no hotel Altis Belém, em Lisboa. O da cozinha já conhece o que ali está a ser apresentado; o da sala tira apontamentos para, horas depois, saber dizer exactamente o que contém cada um dos pratos que vai ser servido aos 43 convidados naquela que é a última semana da Nespresso Gourmet Week. A iniciativa começou no final de Abril e termina no próximo dia 27 de Maio, precisamente naquele restaurante.

O desafio colocado a oito chefs de Lisboa, Porto e Algarve foi cozinhar com café. A primeira edição foi há um ano e o sucesso foi tal que desta vez foram convidados mais cozinheiros e mais restaurantes. Oito ao todo, mas que perfazem 16 chefs porque cada um pode convidar outro colega de profissão. 

João Rodrigues do Feitoria, com uma estrela Michelin, não se fez rogado e convidou o italiano Alessandro Negrini, detentor de duas estrelas, juntamente com o chef Fabio Pisani, do restaurante Il Luogo di Aimo e Nadia, em Milão.

É notória a cumplicidade entre o português e o italiano. Negrini recorre com frequência a Rodrigues para que traduza o que diz – atrapalha-se com o inglês e por isso fala na sua língua natal. Não é a primeira vez que está em Portugal, veio quando era jovem, de mochila às costas, para um interrrail; e há dois anos para participar no Sangue na Guelra.

Gosta de Portugal, confessa ao Fugas, para pegar no seu telemóvel e mostrar os filmes que fez e um que enviou à mulher para lhe mostrar o areal vazio e dizer-lhe “ainda bem que não vieste porque está aqui uma multidão!”.

Para Negrini é um “prazer partilhar experiências, estilos e conhecer o que se faz noutros países, com os produtos locais”, acrescenta. Já ao final da noite, depois dos aplausos dos convidados confessa que “é incrível o que se faz em Portugal e em Itália com a magia dos produtos do Mediterrâneo”.

Mas voltemos ao início. O chefe de sala e escanção André Figuinha começa por explicar o que se vai beber ao longo da refeição. Para acompanhar os três primeiros pratos há uma cerveja artesanal Sovina porque faz bem a ligação com as propostas dos chefs. A primeira é de Rodrigues e chama-se “Pedras Vivas” – numa caixa de madeira rectangular e sem tampa estão pedras negras e entre elas surge uma “falsa pedra” que é para comer de uma assentada. Na boca sentir-se-á a maionese de alho negro.

De seguida Negrini apresenta um prato de “Pimentos crocantes de Senise”, uma região do sul de Itália, que são colocados ao sol e que quando se trincam fazem barulho como as batatas fritas, a sugestão é para que seja comido com um enchido típico do Alentejo, uma mistura explosiva, barulhenta e saborosa.

O terceiro prato é do chef português e aqui entra um café, o Espresso Leggero, bem como sapateira e flor de limoeiro. João Rodrigues explica que escolheu um café mais suave para que o seu sabor não se sobreponha ao resto dos ingredientes e “não saiba tudo a café”. A sugestão seguinte é também dele: uma enguia fumada, rábano, beringela queimada, miso e cebolas e que já é consumido com um Vale de Areias (2013), um vinho branco de produção da família detentora da cadeia de hotéis, explica o sommelier. O objectivo é que este branco ajude a fazer uma “limpeza de boca e prepare para os próximos pratos, mais compostos”, esclarece André Figuinha.

--%>