Fugas - Viagens

Fatih Saribas/Reuters

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O melhor de dois mundos em Istambul

Um bannho turco em... Istambul

Um banho turco na cidade-postal da Turquia - esta sim, é realmente uma magnífica experiência de Istambul.

A entrada no Hammam Cagaloglu - "o hammam com 300 anos" - faz temer o pior: a indicação com letreiro luminoso de que aquele foi escolhido como o melhor banho turco da cidade pelo diário britânico The Guardian e que é um dos mil lugares a visitar antes de morrer e etc... Mas, enfim, têm a desculpa de a fachada do hammam estar entalada entre cafés e quase que passaria despercebida se não fossem estes sinais. 

Entra-se e descem-se as escadas, ladeadas por painéis que dão para uma nova porta com um vitral e começa-se a pensar que as primeiras impressões podem enganar... Mas ainda é preciso enfrentar duas paredes forradas com fotografias de pessoas famosas que já visitaram o hammam, desde Florence Nightingale ou Liszt, até Kate Moss ou John Travolta.

Conseguindo, enfim, ultrapassar alguma aversão a todo este folclore, chega-se a uma bilheteira para escolher o tipo de massagens: banho, massagem normal, massagem esfoliante - mas, francamente, a massagem é um pretexto para aproveitar o local e a sua aura mágica. 

Escolhida a massagem, mulheres e homens separam-se, cada um para a sua câmara. É-nos entregue uma chave e podemos trocar de roupa e deixar tudo num pequeno camarim, para sair enrolada num pano axadrezado em equilíbrio instável no cimo de umas socas de madeira bastante desconfortáveis. (Uma nota: não parece haver dress code no hammam, há mulheres nuas, mas também há quem use uma parte de baixo de biquíni para não se sentar directamente no mármore).

Finalmente, entra-se na sala, em cores acinzentadas com mármore, dominada por uma espécie de hexágono central, onde serão feitas as massagens, e ladeada por umas bacias onde podemos misturar água quente e fria para o banho, cheia de vapor e cheiro a sabonete. É altura de ficar um pouco a relaxar, a ver a luz que entra em focos vinda do dia lá fora, a ouvir apenas o barulho das pequenas taças de metal a bater o mármore, para levar a água, sem que ninguém diga palavra...

Até se aproximar uma das grandes mulheres vestidas com fatos de banho pretos, que, sem dizer uma palavra de inglês, ordenam tudo por gestos, pegando nas mãos de quem será massajada a seguir. Aí, a massagista começou a cantarolar baixinho, numa leveza a contrastar com a sua forte figura e o vigor da massagem, curtos pedaços de música adocicada. Mas é só um instante; parece apanhada em falta e cala-se. Depois, é altura de voltar à bacia para tirar toda a espuma do sabonete. Ainda é possível aproveitar a câmara de sauna, antes de sair num relaxamento total.

Há muitas pessoas que visitam o hammam ao fim do dia, após as compras no mercado perto, ou as visitas à Santa Sofia ou à Mesquita Azul - a ideia é boa, mas é quando ohammam fica mais concorrido. Além disso, a atmosfera a meio da tarde fica mágica, com os jogos entre a luz e o vapor.

A difícil busca de um hotel

Não é fácil encontrar um hotel em Istambul que reúna uma boa localização, bom serviço e bom preço. Na primeira visita, fiquei no Swissôtel Istanbul, The Bosphorus (quartos a cerca de 250 euros), um hotel de luxo muito confortável, com uma boa piscina e com uma fantástica vista para o Bósforo, mas a localização deixa um pouco a desejar. É verdade que, descendo do hotel, se poderia ir a pé até ao Palácio Dolmabahce, que nessa rua há transportes públicos e o ferry de Besiktas também não é muito longe.

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