Ilha de Tavira
Natureza, convém respeitar
A ida à praia da Ilha de Tavira é uma aproximação diferente ao Algarve. Só pelo facto de começar com uma viagem de barco é uma primeira experiência, assim estejamos atentos ao ambiente, com fauna e flora observáveis, no rio, na ria. É que entrámos num parque natural, que tem regras. Vamos deparar-nos com cordões dunares que não devemos pisar, garante de um ecossistema lagunar sensível, e se há um parque de campismo, relativamente tranquilo e que só abre em época balnear, os apoios de praia (em excesso, é um facto) poderão ser a única nota dissonante à tranquilidade, por serem ruidosos, demasiado permeáveis à publicidade, policromáticos. Mas há "cantinhos" - basta abrir o olho. O melhor está lá para baixo, areia fina e a temperatura da água da praia-capital do Sotavento. No Algarve, é difícil encontrar mais tépida. O melhor de tudo é o fim de tarde, com maré vazia, seguindo o pôr do sol, onde o naturismo é tolerado, mesmo legal lá mais para a frente, passando a Terra Estreita e o Barril, em caminhada até à praia do Homem Nu. Mas atenção, há um barco para apanhar de volta. Carlos Filipe
Porto Santo
A linha do horizonte
Porto Santo, a praia: quase nove quilómetros de areia fina e amarela, água límpida, temperaturas amenas, a da água e a do ar. Mar calmo excepto em dias de calema. Dizem-na única pela composição da areia, com propriedades terapêuticas. Que convida a fazer? Mergulhar, nadar, andar de barco, conhecer a escarpada costa norte, dar longos passeios na beira-mar, repousar. A vida urbana não tem interesse. A nocturna resume-se praticamente aos restaurantes. Os guias turísticos dizem o resto. É aconselhável mesmo fora do Verão pelo clima ameno. Menos atraente, pela muita população, na primeira metade de Agosto, excepto se o viajante quiser cumprimentar na praia Alberto João Jardim. A ilha ainda não foi "formatada" pelo turismo de massas. As melhores zonas da praia têm uma razoável densidade de crianças - os pais não têm medo de as perder de vista ou, se perdem, é fácil reencontrá-las. O maior prazer é contemplar a infinita e límpida linha do horizonte. Jorge Almeida Fernandes
PRAIAS SELVAGENS
Canto Marinho
Escondida no litoral de Viana
A praia de Canto Marinho, em Carreço, Viana do Castelo, conserva quase intactos valores ambientais únicos que lhe conferem singularidade e riqueza. Com uma área de apenas um quilómetro de comprimento e cerca de 50 metros de largura, mais de metade ocupada por rochas, encerra uma biodiversidade notável, emprestando-lhe uma elevada importância ecológica. A avifauna tem aí uma zona de refúgio, alimento e nidificação, destacando-se a presença de salinas, camboas e estruturas de defesa da costa. Pela sua situação selvagem, a praia de Canto Marinho, que ostenta desde 1998 a bandeira de Praia Dourada, não é vigiada e não tem infra-estruturas de apoio. É indicada para passeios no passadiço que se estende paralelamente à linha do mar, permitindo um percurso interpretativo que abrange um conjunto de valores naturais e culturais, singulares no Noroeste Ibérico. É possível observar testemunhos e memórias dos últimos dois milhões de anos da história da Terra (período Quaternário da era Cenozoica). É ainda indicada para a prática do mergulho e o branco areal convida a uns bons banhos de sol, apesar do difícil acesso. Andrea Cruz