Fugas - Viagens

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Viagem pelo Israel mundano e cosmopolita

Com o mármore que chegava carregado em navios, Herodes construiu muitos dos locais cujas ruínas fazem de Cesareia Marítima uma das cidades mais visitadas por turistas de Israel. Para além das suas instalações reais, o teatro romano, com capacidade para 4,000 espectadores, e o anfiteatro herodiano testemunham a importância que o entretenimento tinha dentro da cultura romana.

Hoje, a oferta de lazer de Cesareia Marítima mistura o antigo e o moderno. No Teatro Romano, com a sua estrutura secular, ainda há apresentações de peças de teatro e concertos de música. Quando passeamos pelas bancadas, há colunas de música colocadas ao lado de pesados blocos de mármore espalhados em redor, formando um cenário adequado ao concerto de música clássica previsto para essa noite. Na cidade, além do parque arqueológico, podem ver-se um aqueduto romano, museus, galerias de arte, clubes e hotéis modernos, e perto fica um campo de golfe.

Sentados num dos muitos cafés e restaurantes que servem os turistas que visitam Ceasareia Marítima, tomamos o primeiro contacto com a gastronomia local através de um pequeno-almoço faustoso. Não há propriamente uma gastronomia que se possa chamar de israelita. Em vez de ter uma identidade sua, nas mesas de Israel juntam-se as cozinhas de países como a Tunísia, a Turquia, Egipto e Marrocos. Assim, ainda antes do meio-dia, há humus, pão sem fermento, salada turca, couve-flor panada, beringela estufada, salmão fumado e muitos outros pratos servidos em doses onde reina uma generosidade que nos próximos dias passados em Israel perceberemos ser tradição.

Vinho israelita, chocolate francês e o muro
Simon passou 35 anos em Nova Iorque, nos Estados Unidos, antes de regressar definitivamente a Israel. Deixou filhos e netos numa terra que não lhe deixa saudades. Encontramo-los a todos, Simon rodeado pela família em férias, sentados no bar das Caves Tishbi, em Binyamina, onde tal como nós, experimentam a combinação proposta de chocolates Valrhona numa prova de vinhos produzidos pela família Tishbi.

O vinho israelita encontra-se numa estranha encruzilhada. Sendo a sua produção tão antiga quanto a Bíblia, onde há várias referências ao seu consumo, o vinho é um hábito que entrou realmente no quotidiano dos israelitas há uns cinco anos – na noite de Telavive encontraremos muitos grupos de jovens a bebê-lo a par da cerveja. Remontando à Antiguidade, o tempo não elevou o vinho israelita à notoriedade. Que vinhos desta região são referências internacionais? Até termos chegado às caves de Tishibi, não tinhamos nenhuma.

A família Tishbi fundou em 1984 aquela que é actualmente a sexta maior produtora de vinho israelita, com um milhão de garrafas fechadas a cada ano. Mas se a produção de vinho é relativamente recente, o cultivo de vinha data de finais do século XIX. Em jeito de "era uma vez", muitas histórias em Israel começam com um terreno árido que entretanto se transformou em cultivável e, nalguns casos, até fértil. Foi esse o caso de Shefeya, onde Michael e Malka Chamiletzki (um casal de lituanos que depois adoptaria o sobrenome Tishbi) começaram a cultivar vinha, em 1882. Nesta história há até o que poderia ser chamado de fada madrinha. Foi o barão Edmundo de Rothschild quem encomendou a Michael a plantação da primeira vinha moderna em Israel, tornando-se sim no padrinho dos vinhos produzidos naquele país.

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