Fugas - Viagens

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Viagem pelo Israel mundano e cosmopolita

A nosso lado, Simon está tão interessado em saber a nossa opinião sobre os diferentes vinhos como em saber mais sobre nós. "De onde são?", pergunta. Portugal não impõe o respeito que esperávamos numa conversa à volta do vinho. Simon, reformado, do alto dos seus 67 anos, não está impressionado. Tentamos outra vez falando do célebre Vinho do Porto. "Demasiado doce", responde num inglês perfeito. "Vocês vão ao outro lado do muro [que separa Israel dos territórios palestinianos da Cisjordânia e Faixa de Gaza]?". A pergunta apanha-nos um pouco de surpresa. "É preciso ir ao outro lado do muro para compreender Israel?". Depois de uma curta pausa, Simon está seguro: "Não. É preciso ir à Síria e ao Egipto para perceber como este país se desenvolveu em 65 anos. É incrível! Sinto-me mais seguro aqui do que em Nova Iorque."

Poucos dias depois do encontro com Simon (em meados de Agosto) nas Caves Tishbi, 25 polícias egípcios foram executados após uma emboscada na península de Sinai, no Egipto. Semanas depois, outro país vizinho faria os destaques da imprensa internacional, a Síria, com a comunidade internacional a discutir a hipótese de uma intervenção militar. Mas ainda assim, Simon, esteja onde estiver, estará a ler as notícias com tranquilidade. Não é a primeira vez que este tipo de episódios violentos sucede nos países que fazem fonteira com Israel nos 65 anos que passaram desde a declaração de independência, em 1948. Viver aqui implica estar em paz com a ideia de que eles existem. E Simon, agora reformado, esperou longos anos para poder aqui estar.

Em Israel, o serviço militar é obrigatório entre os 18 e os 21 anos para ambos os sexos. Daí que seja frequente encontrar soldados de arma em punho nos grandes centros urbanos como Jerusalém e Telavive. Quando em período de descanso, ouvem músicas no iPod, fumam cigarros e viram os bonés para trás, como qualquer puto de 20 anos faria. De maneira geral, sentimo-nos seguros ao atravessar o país – e ao ver que muitos outros de todo o mundo também o fazem.

"O turismo serve como termómetro para um país. Se há problemas, o turista desaparece", defende Efraim Rushansky, que nos serve de guia e tradutor. Com nome hebraico, mas nascido no Brasil, de onde preserva o sotaque e o bom humor, Efraim é um cidadão israelita. Tem 63 anos, dos quais mais de 40 foram passados em Israel, para onde fugiu da ditadura e onde estudou Filosofia e e História. Se a sua teoria estiver certa, Israel é um país seguro. Segundo dados fornecidos pelo Ministério de Turismo de Israel, no ano passado, o país foi visitado por cerca de três milhões e meio de estrangeiros, continuando uma tendência positiva desde 2002. Desse bolo, os turistas portugueses representaram uma fatia de 9522 pessoas.

Segundo dados do Fundo Monetário Internacional, o produto interno bruto per capita de Israel relativo a 2012 foi de 31.296 dólares, o suficiente para o colocar na 26.ª posição na lista dos mais elevados do mundo, a mesma onde Portugal ocupa a 39.ª posição com 20.179 dólares. No Index do Desenvolvimento Humano de 2012 da ONU, o país figura na 16.ª posição, sendo reconhecido como estando na categoria Altamente Desenvolvido.

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