Fugas - Viagens

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Viagem pelo Israel mundano e cosmopolita

A indústria que se concentra em Telavive é de ponta. Depois de Silicon Valley, nos EUA, o Silicon Wadi na planície desta cidade ocupa a segunda posição mundial no que toca à tecnologia. Em 1998, uma empresa israelita chamada Mirabilis desenvolveu o sistema de mensagens instântaneas na Internet, uma tecnologia que foi posteriormente comprada pela americana AOL por quase meio milhão de dólares. A partir de então, muitas foram as empresas start-up que despontaram como cogumelos, alimentadas pela ambição do lucro e pelo apoio do Governo israelita à educação superior e investigação. Factores que também atraíram para aqui gigantes como a IBM, a Intel e a Motorola.

Um dos maiores aranha-céus que irrompem na paisagem urbana de Telavive pertence à Israel Diamond Exchange Ltm, a maior bolsa de diamantes do mundo. Uma empresa privada que fez com que Antuérpia passasse para segundo plano no negócio dos diamantes. Aqui lapida-se, avalia-se e, sobretudo, negoceia-se "os melhores amigos" de Marylin Monroe. É possível ser mais internacional do que Telavive?

À noite, o movimento é perpétuo. Há um rio de gente pela Avenida Rothschild e suas perpendiculares, alimentado pelos muitos estabelecimentos que estão abertos 24 horas por dia. Não são só os bares e discotecas para todos os gostos, mas restaurantes com grandes letreiros luminosos a concorrer com os do vizinho que servem a qualquer hora os turistas e israelitas que saem dos espaços de diversão nocturna. Falafel, shakshouka, shawarma, mas também os comuns hambúrgueres, cachorros quentes, panquecas e afins numa refeição que já tem muito de pequeno-almoço.

Uma manada conduzida pelo deserto
À saída de Massada, já dentro do carro, o guia tornou exacto o calor: 46 graus. Um novo recorde pessoal. "Só um louco viria para aqui com este calor", disse Efraim com um sorriso, sabendo que ele havia sido esse pastor inconsciente que nos havia levado pelas ruínas da fortaleza de Herodes no Deserto da Judeia com o sol no seu expoente máximo. E assim percebemos o porquê de haver tão poucos turistas naquele que o guia tinha explicado ser o local mais visitado de Israel. Como é que isso é possível num país onde a religião é tão preponderante para o turismo?

Segundo a consultora D&B Israel, Efraim não está exactamente correcto, mas também não está errado. Em 2011, o Parque Nacional de Massada subiu até ao primeiro lugar do ranking de sítios turísticos pagos mais visitados em Israel. No ano anterior, recebeu mais de 750 mil turistas, ultrapassando o Jardim Zoológico Bíblico de Jerusalém (718.902 visitantes) e o Parque Nacional de Antiguidades de Cesareia (698.808 visitantes). Aqui, a palavra-chave é "bilhete". É ela que explica que este ranking deixe de fora alguns ex-libris turísticos do país como a Via Dolorosa e o Santo Sepulcro, ambos em Jerusalém, onde a entrada é livre.

"Os visitantes enchem isto pelas oito/nove da manhã", explicou. Já a pequena comitiva de jornalistas portugueses que ele guiava chegou à hora de almoço. Mesmo a tempo de comer num dos restaurantes do pequeno centro comercial, apanhar o teleférico que sobe até ao planalto e sentir na pele o sol do meio-dia no deserto.

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