Fugas - Viagens

  • A pequena aldeia de Guane parece adormecida no passado
    A pequena aldeia de Guane parece adormecida no passado
  • As ruas silenciosas de Barichara
    As ruas silenciosas de Barichara
  • As árvores com
    As árvores com "barbas de viejo" que se vêem um pouco por todo o lado
  • San Gil
    San Gil
  • A imponente Catedral de Santa Cruz domina o Parque La Libertad, em San Gil
    A imponente Catedral de Santa Cruz domina o Parque La Libertad, em San Gil
  • A Catedral da Imaculada Conceição recorta-se por cima de telhados uniformes
    A Catedral da Imaculada Conceição recorta-se por cima de telhados uniformes
  • A cascata de Juan Curi, impressionante queda de água de uma altura de 200 metros
    A cascata de Juan Curi, impressionante queda de água de uma altura de 200 metros
  • A cascata de Juan Curi, impressionante queda de água de uma altura de 200 metros
    A cascata de Juan Curi, impressionante queda de água de uma altura de 200 metros

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Colômbia, um puzzle perfeito de adrenalina e descanso

Se sente repugnância em alojar no estômago uma colecção de formigas, mais tempo lhe sobra para apreciar o que Barichara tem de melhor, a sua arquitectura, se bem que na vila o tempo parece deter-se ou passar mais lentamente. De volta ao Parque Principal, depois de receber um olhar dócil de duas meninas que apreciam mais gelados do que insectos, penetro na imponente Catedral da Imaculada Conceição, uma elaborada estrutura do século XVIII, em arenito, que, integrada numa visão global de Barichara, representa um interessante contraste com as suas casas caiadas de branco - e facilmente leva o viandante a reflectir sobre tamanha grandeza se comparada com a reduzida dimensão do local.

Megalomania à parte, vale a pena espreitar o seu interior e esperar pela luz crepuscular do fim de tarde para ver como as suas tonalidades douradas se transformam, subitamente, em laranja-forte, sem deixar de reparar no pormenor, tão pouco habitual em igrejas coloniais espanholas, de exibir um clerestório (uma segunda fila de janelas na parte superior da nave).

Já no exterior, vejo o mundo passar no Parque Principal, o coração da vila, os idosos sentados nos bancos, na sua indolência, a fonte em pedra, tudo embelezado com palmeiras e plantas tropicais e, lembrando-me por momentos de que tenho de regressar a San Gil, subo, não sem alguma dificuldade, a Calle 6, uns 400 metros até chegar à Igreja de Santa Bárbara, alvo de restauração desde o início da década de 1990 (apenas a fachada sobreviveu a um terramoto), de onde a panorâmica sobre Barichara, o Canyon Suárez e todo o vale é inigualável.

Um pouco mais para trás, vagueio pelo interessante Parque para as Artes, observando obras produzidas por escultores locais, e pelo anfiteatro ao ar livre onde esporadicamente têm lugar concertos ao vivo. Caminhando para ocidente, descubro outra estrutura religiosa, a Capela de Jesus Ressuscitado, para um verdadeiro concerto de cigarras na pequena praça contígua antes de me cruzar com o coveiro do cemitério próximo.

- O que quer que lhe diga? Interessante? Os que estão lá dentro nada me dizem e os que estão cá fora têm pouca ou nenhuma vontade de lá entrar.

Ambiente festivo

De Barichara, poderia seguir, ao longo do caminho real, até Guane, percorrendo a estrada empedrada construída e reconstruída vezes sem conta pela população indígena. São apenas nove quilómetros que se cumprem em menos de duas horas mas o cansaço demove-me da ideia, optando por chegar a esta pequena aldeia de buseta, no dia seguinte, ao início de uma manhã de um sol radioso.

Ainda mais do que Barichara, o pueblo, com pouco mais de mil habitantes, parece adormecido e, porventura por verem menos turistas, as pessoas dispensam uma atenção ainda mais afectuosa. Os locais param, viram-se e seguem com o olhar os poucos visitantes – apenas vi um casal francês acompanhado de uma criança; e gostam de se deixar fotografar, sorridentes, como Valência, uma simpática senhora com quem me cruzei nas ruas empedradas antes de uma visita à Igreja de Santa Lucía, erguida em 1720.

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