Fugas - Viagens

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Swansea é como Dylan Thomas: só se percebe através da alma

Quando ir

A melhor altura para visitar Gales é entre Junho e Agosto, quando o clima é mais temperado. Este último coincide com o período das férias escolares e a subida da temperatura acompanha a tendência da inflação. O período da Páscoa ou o mês de Setembro podem ser as melhores alternativas.

Onde comer

Para os românticos, recomenda-se o Chelsea Restaurant (pratos entre os 15 e os 30 euros), no 17 St. Mary’s Street mas o Didier & Stephanie, no 56 St. Helen Road, com o seu toque francês e um ambiente íntimo e relaxante, também merece uma visita, especialmente ao almoço quando os preços são mais em conta. Um pouco por todo o lado, alguns pubs e os típicos fish and chips são as opções mais baratas.

Onde dormir

Se é o luxo que procura, a melhor opção passa pelo Morgans, o primeiro boutique-hotel na cidade, num edifício sumptuoso que combina história com uma decoração contemporânea situado no coração da Swansea e a dois minutos do Dylan Thomas Centre. Os preços variam entre os 80 e os 300 euros mas o melhor mesmo é fazer uma pesquisa em www.morganhotel.co.uk. Para opções mais em conta, entre os 35 e os 45 euros, tem o Bayswater, o Ibis Swansea e a Beachcomber Guesthouse, sendo este último o mais central dos três.

Informações úteis

Os cidadãos portugueses apenas necessitam de passaporte para entrarem no país. Um euro equivale a 1,2 libras esterlinas.

Ao longo do ano, em Gales mas um pouco por todo o Reino Unido, sucedem-se as iniciativas culturais para homenagear o grande poeta nascido em Swansea, cidade que concentra a maior parte dos eventos, entre eles conferências, passeios pedestres, peças de teatro, óperas e festivais. Para obter toda a informação, nada melhor do que consultar o website oficial www.dylanthomas100.org.

A visitar

Não sendo Dylan Thomas um poeta mediático em Portugal (basta ver o número de publicações traduzidas para português), todos aqueles que desejarem conhecer um pouco mais da vida (curta) do escritor não devem limitar a sua visita a Swansea ou aos lugares descritos na peça principal. Com um pouco mais de tempo (e de paciência se utilizar transportes públicos), vale a pena espreitar as belezas de New Quay, na baía de Cardigan, para onde Dylan Thomas se mudou em Setembro de 1944, fugindo da guerra (no dia anterior à sua apresentação no quartel embebedou-se de tal forma que foi considerado incapaz para o serviço militar) e de Londres. Em New Quay, onde permaneceu até Maio de 1945, pagando uma libra por semana pelo aluguer da casa (mais um bungalow) hoje recriada e conhecida como Majoda, Dylan Thomas encontrou o refúgio perfeito para se inspirar na criação de Under Milkwood (entre outros trabalhos), na verdade a génese da aldeia ficcional a que dá o nome de Llareggub na referida peça.

Mas foi em Laugharne, uma vez mais no sul de Gales, que Dylan Thomas encontrou (se é que alguma vez o conseguiu) a sua verdadeira paz espiritual, na famosa Boat House (hoje transformada em museu), uma casa que adquiriu por 2500 libras, já com electricidade instalada. Dylan Thomas efectuou ainda algumas viagens aos Estados Unidos entre 1949 e 1953 mas Laugharne (pronuncia-se Larne) permanece como a sua última morada. Não muito longe da Boat House, erguida no cimo de uma colina, situava-se a Pelican House, casa que o poeta alugou para os seus pais – e onde o pai, para quem escreveu Do not go gentle, acabaria por morrer. Também os restos mortais de Dylan Thomas, falecido em 1953, repousam no cemitério de Laugharne -Talacharn em galês -, uma pequena localidade com menos de três mil habitantes (e um admirável castelo, mais tarde convertido em mansão) que o poeta definiu como “a vila mais estranha de Gales”. Mas era a Laugharne que Dylan Thomas sempre desejava voltar, especialmente para o conforto do pub do Brown’s Hotel, para beber uma ou três cervejas e atender uma outra chamada telefónica, nos intervalos de uma ou três cervejas.

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