Fugas - Viagens

  • Praia do Tonel, Zambujeira do Mar
    Praia do Tonel, Zambujeira do Mar Pedro Cunha
  • Praia da Amália, Brejão
    Praia da Amália, Brejão
  • Porto Santo
    Porto Santo Carlos Lopes
  • Praia da Dona Ana, Lagos
    Praia da Dona Ana, Lagos Mara Gonçalves
  • Praia do Camilo, Lagos
    Praia do Camilo, Lagos Mara Gonçalves
  • Praia de Moledo, Caminha
    Praia de Moledo, Caminha Hugo Delgado
  • Praia do Silêncio, Astúrias, Espanha
    Praia do Silêncio, Astúrias, Espanha DR
  • Aiguablava, Begur, Espanha
    Aiguablava, Begur, Espanha DR
  • Calella de Palafrugell, Girona, Espanha
    Calella de Palafrugell, Girona, Espanha DR
  • Sant Pere Pescador, Girona, Espanha
    Sant Pere Pescador, Girona, Espanha DR

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10 praias de assombro ao virar da esquina

 

Praia do Tonel, Zambujeira do Mar

Se há praia da costa vicentina que não precisa de apresentação é Zambujeira do Mar, “descoberta” pelo festival de música e colonizada todos os verões por multidões — os festivaleiros e os outros. Na verdade, Zambujeira do Mar nem é uma praia, são várias praias que orbitam no litoral da povoação — e se a principal é sempre concorrida, as das proximidades também entram no rodopio: para norte, Nossa Senhora e Nossa Senhora Pequena; para sul, Alteirinhos, zona naturista oficial.

Quando partimos para a Zambujeira do Mar, levamos a indicação: procurar a praia do Tonel, a cerca de três quilómetros. Para muitos é a jóia da coroa deste litoral feito de praias-baías, mas, confessamos, tememos quando ouvimos as histórias para a alcançar, que passam por penhascos e cordas (e todo o alpinismo que tal convoca). O caminho até às falésias faz-se de carro, por um caminho de terra, entre campos agrícolas, junto à Herdade do Touril. A paisagem é esmagadora: mar, terra desolada e o recorte das altas arribas que aconchegam o areal a encontrar-se com o mar esverdeado. A sensação é vertiginosa enquanto perscrutamos as paredes em busca da corda. Descobrimo-la e afinal ela apenas começa a meio da arriba — até lá, um carreiro ziguezagueia na escarpa. Não é tão assustador quanto parece; tão-pouco é tranquilo. Se se conquista o medo, tem-se a certeza de dividir o areal com meia-dúzia de pessoas – se for um bom dia, será solitário. [Andreia Marques Pereira]

 

Praia da Dona Ana e praia do Camilo, Lagos

Abeiramo-nos de qualquer uma destas praias e o olhar percorre imediatamente o rendilhar de falésias louras que emolduram cada areal. Aqui o mar foi esculpindo as rochas de tons amarelos e alaranjados — que dão o nome Costa D’Oiro a este cotovelo da cidade de Lagos — e criou pequenas conchas de areia, arcos, grutas e reentrâncias de oníricos encantos, que imergem suavemente num mar azul-turquesa que do alto da falésia já se adivinha absolutamente cristalino.

Descemos a nova escadaria de madeira — o que na praia do Camilo significa vencer 221 degraus — e enterramos os pés na areia grossa de pedrinhas coloridas que ali encontraram refúgio antes de o mar as amaciar. Braços de falésia dourada apertam esta pequena meia-lua de areia encaixada no fundo da escarpa, as mãos rochosas mergulhando bucolicamente no vidro oceânico. O horizonte traça redonda a baía de Lagos, o infinito areal da Meia Praia ao pés de uma serra de Monchique desvanecida, o contorno longínquo de Portimão.

Desde logo, é o mar calmo que nos atrai pela transparência, pincelado por rochas submersas onde se escondem pequenos peixes, ouriços do mar, polvos e alguns crustáceos, fauna marinha que convida à prática de snorkeling ou de mergulho. Ao largo, há muito que a erosão fez desprender da costa vários rochedos verticais, quais barcos à vela que, tal como nos Descobrimentos, se lançam ao Atlântico desconhecido. As pequenas ondas vão constantemente beliscando as rochas de ponta descoberta, mas na praia-mar é possível saltitar entre elas, passar por túneis escavados na pedra, espreitar por grutas e molduras naturais ou mesmo nadar até ao areal seguinte.

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