Llanes, cuja história se inicia no século XIII, quando ganha o foro independente no reinado de Afonso IX, conta com uma população que não chega aos cinco mil mas proporciona uma oferta hoteleira que supera as 1200 camas e quase meia centena de restaurantes.
Llanes é particularmente interessante em meados de Agosto, quando tem lugar a Festa de San Roque, ou no final do mês (as festividades prolongam-se por duas semanas), altura em que homenageia a Virgem de Guia (ambas foram declaradas de interesse turístico nacional). Esta são as alturas ideais para o viajante se identificar com o folclore local, especialmente com o Pericote, uma dança ritual de cortejo a que alguns historiadores atribuem uma origem celta e é considerada uma das manifestações culturais da península ibérica — na verdade um baile ao ritmo de tambores e gaitas com trajes típicos das Astúrias e com grupos de três (duas mulheres e um homem).
Playa de Covachos, Santander
A Playa de Covachos, a três quilómetros de Soto la Marina, em Santa Cruz de Bezana, há muito que mantém a sua essência de areal nudista, em parte devido à dificuldade de acesso mas também por força da inexistência de bares ou outras infra-estruturas — não há ruídos de motores de barcos e é perfeita para quem pretende desligar-se do mundo.
Não raras vezes afectada por sucessivos temporais no Inverno, a praia, com 50 metros de comprimento e dez de largura, sofre de igual forma da impetuosidade das marés, responsáveis pela diminuição da quota de areia, o que obriga por vezes os visitantes (a última parte do acesso é pedonal) a um salto superior a dois metros desde o último degrau da escarpa.
Mesmo não sendo beneficiada pela natureza, Covachos permanece como uma das praias mais bonitas do país e com importante valor geológico, com a sua ilhota à qual se chega, na maré baixa, através de uma língua de areia desde a falésia — não deixe de procurar também a cascata de água doce proveniente de mananciais subterrâneos.
Santander, a capital da Cantábria e próxima da Playa de Covachos, é uma cidade que atrai mal se recorta no horizonte, bela no seu conjunto arquitectónico perfeitamente integrado na baía. Entre os seus monumentos mais proeminentes destacam-se a catedral, cujas obras se iniciaram no século XIV, bem como a Plaza Porticada, renovada após um incêndio em 1941; mas também a cidade burguesa, desenvolvida no século XIX como o apoio da corte real, que a colocou no topo das suas preferências como lugar de veraneio e promoveu a construção de estruturas cheias de glamour, como o Palácio de la Magdalena, o Hotel Real e o Gran Casino, situado no final da primeira Playa del Sardiñero e projectado, em 1916, por Eloy Martínez Valle. Na verdade, a grande atracção de Santander passa por um passeio costeiro, um percurso que se pode começar no bairro de pescadores, com os seus bares de peixe e marisco frescos, seguir ao longo do Paseo Pereda antes de desembocar em Puerto Chico e de pisar as areias de praias como a de Los Bikinis, La Magdalena, a enseada do Sardiñero (cinco praias), até chegar ao Cabo Mayor e ao farol castigado pelo vento para melhor se perceber a fúria do mar Cantábrico.