Fugas - Viagens

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Praias encantadas ao virar da fronteira

Por Sousa Ribeiro

Por Espanha, de Vigo a Ribadeo, de Llanes a Santander, passando por San Sebastián e descendo para sul, de Alicante até Almería, de Tarifa a Cádiz, uma viagem com o mar, a cultura, a gastronomia e o ócio sempre por perto.

Ligue o motor do carro e ignore qualquer estigma que possa ter em relação aos vizinhos. Esqueça que há uma fronteira e parta à descoberta, sozinho ou em família, de algumas das mais belas praias de Espanha, sem deixar de visitar, durante o dia ou pela noite fora, algumas das cidades ou vilas que lhes são próximas e que proporcionam uma ampla oferta cultural e gastronómica, entre outras. Primeiro destino, a Galiza, o último a magnificente cidade de Cádiz. São dez praias e outros tantos lugares, são estes como poderiam ser outros, mas um carro permite planificar pouco e ver muito.

Playa de Rodas, Vigo

Muitos anos antes de o jornal inglês The Guardian a considerar, em 2007, a melhor praia do mundo, já eu punha os pés nas suas areias finas e brancas e essa imagem, por estar ligada à minha primeira experiência como viandante, continua bem presente na memória. Inexperiente, tanto ou mais do que os amigos que me faziam companhia, decidi montar a tenda numa duna sobranceira à praia e o resultado não podia ser mais desastrado: as luzes das lanternas e as vozes dos polícias retiraram-me do sono horas depois e, sem alternativa perante a ordem, tive como tecto milhares de estrelas.

A Playa de Rodas, com as suas águas cristalinas de cor esmeralda, um quilómetro de comprimento e 60 metros de largura, está localizada no arquipélago das Cíes e liga a ilha de Monteagudo com a de Faro — a outra, apenas acessível de barco privado, é a de San Martiño (é necessária uma licença para atracar). As três integram, tal como as de Ons, Sálvora e Cortegada, o Parque Nacional das Ilhas Atlânticas da Galicia, numa área que se estende por 1195 hectares terrestres e mais de sete mil de superfície marítima.

Para chegar à Playa de Rodas, há que apanhar um barco no porto de Vigo, que o deixará no cais de Rodas ao fim de 40 minutos — a praia fica situada à esquerda mas há outras (num total de nove) que valem a pena a visita, como a nudista de Figueiras, também conhecida como a praia dos Alemães. Durante o período da Semana Santa e no Verão, há vários ferries que efectuam a travessia mas é importante ter em conta que o acesso está limitado a 2200 pessoas por dia, pelo que convém reservar com alguma antecedência. 

Uma vez de regresso a Vigo, uma cidade que nunca dorme e é considerada, com toda a legitimidade, capital do ócio da Galiza, não faltam programas, de movida ou culturais, com que ocupar o tempo. Para começar a noite, nada melhor do que uma errância pelo bairro histórico, entre uma tapa e um copo, ao longo da Plaza da Constitución, da Colegiata, de Cesteiros, da Calle Real, da Teófilo Llorente e da Calle Oliva. Para continuar, nada melhor do que errar por Churruca (nome de uma das ruas principais) para absorver as noites de rock e indie, por ruas como Cervantes, Rogelio Abalde, Irmandiños, Martín Códax, pela Alfonso XIII e em redor da igreja de Santiago de Vigo, como preparação para outras visitas mais culturais quando o sol começar a subir no céu numa cidade que se apresenta também como exemplo de contracultura e capital galega do underground.

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