E é para exibi-la que acontecem estas caminhadas — a natureza e o património cultural, inextrincáveis nestes caminhos que se organizam em rede e proporcionam um olhar imersivo do/no Gerês. Percorrem-se os caminhos das legiões romanas e dos contrabandistas, admira-se o trabalho escultórico da natureza em grutas e fendas, assiste-se aos saltos da água em cascatas e à tranquilidade de lagoas límpidas (onde, se o tempo for favorável, mergulhar é irresistível). Encontram-se aldeias tradicionais, onde a agricultura e a pastorícia são modos de vida hoje como há séculos, e em miradouros abarca-se o glorioso verde de vários matizes que se multiplica nos montes que são como espelhos no horizonte.
São 30 os trilhos disponíveis e 138 os dias de caminhadas aos recantos mais ou menos escondidos do parque. Há também caminhadas nocturnas todas as sextas-feiras de Julho e Agosto e mais algumas em Junho e Setembro no total de 14 noites, com ou sem luar, para ver o Gerês a outra luz. Este ano há a novidade de caminhadas temáticas, assinalando datas especiais: a primeira foi a 21 de Março, a celebrar o Dia Mundial da Árvore, mas assinalar-se-ão, por exemplo, o Dia Mundial da Fotografia (19 de Agosto), o do Turismo (27 de Setembro) e o Dia Internacional da Biodiversidade (já a 22 de Maio). De regresso para uma segunda edição está o evento do Solstício de Verão, no dia 20 de Junho (nocturno), e o Trilho das Bruxas, marcado para 29 de Outubro (na terceira edição). Não esquecer o vestuário e calçado confortável e, se for caminhada diurna, protector solar — a máquina fotográfica é indispensável. A.M.P.
4. O despertar da Primavera com música
Em algumas semanas, as cidades portuguesas começam a agitar-se: quando aos dias longos se juntarem as noites cálidas, todos os pretextos serão bons para sair à rua. E animação não costuma faltar, do Norte ao Sul do país, com a música à cabeça. Enquanto não chega o momento em que praças se animarão em concertos e bares oferecerão música ao vivo, a Casa da Música (Porto) começa a habituar-nos para finais de dia diferentes.
Desde o início de Março as “Terças Fim de Tarde” passaram a preencher a sala 2, sempre às 19h30. A música de câmara domina, mas com ela vêm jazz em múltiplas declinações, fado, guitarra portuguesa em fusões variadas, e até acordeões que chegarão no Folefest. Os chamados “novos valores” terão o protagonismo nesta iniciativa que começou ao piano com Daniel Cunha e já recebeu também o quarteto de jazz composto por Reinier Baas, João Hasselberg, Luís Figueiredo e Joel Silva. O próximo “Terças Fim de Tarde” (que não é evento semanal) acontece no dia 5 de Abril e recebe o violoncelista Gonçalo Lélis, integrado no programa “Prémio Jovens Músicos/Antena 2”, que apresentará um concerto composto pela sonata n.º 6 em lá maior de Luigi Boccherini, a sonata para violoncelo e piano n.º 2 de Beethoven, a sonata para violoncelo e piano n.º 1 de Brahms e variações sobre um tema de Rossini para violoncelo e piano, op. 290 de Bohuslav Martinú.