Fugas - Viagens

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    No Myriad Nuno Ferreira Santos
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    Bar Park Nuno Ferreira Santos
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    Pelo Gerês Fernando Veludo/nFactos
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    Gelado e flores na Giallo de Campo de Ourique DR
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    Aproveitar para prolongar o anoitecer Lara Jacinto

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10 grandes ideias para os dias grandes

A partir da Pedra Furada com acesso à Porta de Salvaterra, uma das cinco da fortaleza de Monção, ou a partir da Casa da Linha, na Ponte Seca, os percursos monçanense e valenciano encontram-se entre Lapela e Friestas para constituírem um só, com 20 quilómetros e Espanha à vista. As muitas placas de sinalização (com informação paisagística, natural e cultural) ajudam a tornar a experiência completamente autónoma e sem perigo de falta de contextualização, aqui onde o Minho até parece mais verde — e o rio sempre azul.

De olhos postos nele, as panorâmicas cambiantes surpreendem (e há miradouros com abundância) com recantos que pedem fotografia-tipo-postal, como Troporiz, onde o rio Gadanha encontra o Minho, ou com cenas da faina fluvial, compostas pelas embarcações tradicionais e pesqueiras, de cada uma das margens do rio que, mais do que separar, une os dois países. Ou as ínsuas Grande e do Conguedo, antigo motivo de disputa entre Portugal e Espanha e agora pedaços bucólicos abraçados pelo rio.

O percurso passa por antigos apeadeiros (como o da Nossa Senhora da Cabeça) e postos alfandegários, como o da Lodeira, que é agora a sede do Núcleo ASPEA/Monção – Centro de Educação Ambiental, Observação e Interpretação da Natureza Ribeirinha, e na Veiga de Friestas e Lapela detém-se também no observatório de avifauna, com informação sobre as espécies que aqui vivem. O mosteiro beneditino de Ganfei, o cemitério medieval e o cruzeiro do Adro Velho, em Verdoejo, relembram a história destas paragens onde também se caminha por uma das primeiras pontes metálicas ferroviárias do país, sobre o rio Manco. E, em terra de vinho afamado, o Alvarinho (Monção), os vinhedos intrometem-se nos caminhos, polvilhados de casas solarengas, também elas testemunhos de outros tempos.

E se o caminho se faz caminhando (ou pedalando), e, neste caso com muitos pontos de paragens, sejam parques de lazer ou bancos estrategicamente colocados, a partida e a chegada não deixam de ser importantes. Valença tem a sua fortaleza e coração histórico como candidata a Património Mundial da UNESCO, Monção tem a sua parte antiga aninhada entre muralhas — tudo pretextos para que os passeios se iniciem, ou prolonguem, para além da ecopista do Minho. A.M.P.

9. Comer um gelado no jardim

“A Giallo como a Primavera / Tem variedade de cores, / Os sabores são os melhores / Que despertam diversos amores.”

Nesta pequena gelataria em Campo de Ourique, há quem saia com um cone de gelado numa mão e uma quadra na outra, escrita por António Ramos consoante a imaginação do momento. “No outro dia foi para um casalinho. Achou a menina triste e enquanto eles estavam a conversar e a comer gelado, começou a escrever e depois, quando lhe deu, ela perguntou se lhe podia dar um abraço, que tinha sido a melhor coisa que lhe podia ter acontecido naquele dia”, recorda Ludovina, enquanto o marido nos desenha mais uns versos no caderno. “Quem dera que a vida fosse / Mais suave, menos dura / E que todos os seus episódios / Tivessem esta doçura.”

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