Fugas - Viagens

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    Alexandra Custódio, em Saint-Étienne MARTIN HENRIK

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Em França, na senda da selecção portuguesa

Bem mais perto do plateau de Croix-Rousse e do seu mercado, um dos parques que se escondem no meio dos edifícios. Pela Rue d’ Alme até um portão de ferro: é por detrás dele que se estende o parque, em cascata, cheio de recantos e de espaços lúdicos para crianças. “Ao final do dia isto está cheio de pais com filhos”, conta Rodrigo — ele é um deles, já que a filha frequenta a creche que está no interior do parque. No resto do tempo é bom para ler um livro, ou fazer nada.

Estamos novamente a descer, desta vez por escadarias especiais: as da Rue Prunelle pintaram-se desenhando rectângulos de cores vivas delimitados por branco, em projecto participativo. Já estamos perto do rio Saône, do Quai St Vincent, onde se situa o Fresque des Lyonnais. Numa cidade que se orgulha das suas pinturas murais, em trompe l’oleil (há roteiros), este é um resumo da história de Lyon em 31 dos seus “filhos” mais ilustres: a fachada enorme é toda uma ilusão de varandas e personagens (entre eles Saint-Exupéry e o seu principezinho, os irmãos Lumière).

Atravessamos o Saône, estamos na parte final da nossa visita. “Vieux Lyon é muito bonita mas está cheia de turistas”, refere Rodrigo. O último troço da visita, mas também o mais difícil: a Montée St Barthelemy, escadaria infinita que termina na Basílica de Notre-Dame de Fourvière. Tivéssemos mais tempo e Rodrigo levar-nos-ia a Demeure du Chaos, museu inesperado de cenário apocalíptico, e até à Île Barbe, no Saône: ida a caminhar pela margem direita, pequeno-almoço, e regresso de bicicleta, na margem esquerda, a que está recuperada.

Cidade de confluências

O coração de Lyon é uma península, ou melhor, é a Presqu’île, que até soa melhor, ladeada pelos rios Ródano e Saône. Zona oitocentista, com uma homogeneidade arquitectónica notável, é atravessada pela Rue de la République, pedonal — é a maior da península e une a câmara e a ópera (edifício misto de antigo e moderno) e vai morrer numa passage.

Esta Rue Republique, tiques do III Império, é como uma enorme passarela onde se caminha, anda de bicicleta, skate, trotineta e onde à noite iremos deparar-nos com um ajuntamento de dançarinos de lindy hop, que se juntam informalmente aqui todas as terças-feiras (e parece-nos que as “meias-noites” em Lyon podem ser pelo menos tão interessantes quanto as de Paris). É uma das surpresas de Lyon, uma cidade que merece tempo para descobrir — e usufruir. Tempo é o que mais nos falta, então a nossa visita vai ser em modo apressado e muito apressado. Ainda que atravessemos séculos: dos celtas aos romanos, passando pela Idade Média, o Renascimento, Oitocentos, século XX e XXI.

É um dos mais conhecidos miradouros da cidade, o da Basílica de Notre-Dame de Fourvière, e bom ponto para assentarmos ideias. Se o horizonte estivesse aberto, fechar-se-ia nos Alpes, como o dia está cinzento ficamos mais perto. Foi para leste que a cidade cresceu e então temos abaixo do miradouro Vieux Lyon (“Velha Lyon”), o rio Saône, a Prêsque’ Île setecentista que se une à Croix Rousse oitocentista, no mesmo século a margem esquerda do Ródano também se começou a desenvolver a partir do século XIX, em grandes boulevards, subiu aos céus nos século XX (uns arranha-céus parte de Part Dieu, bairro financeiro) e virou-se para o futuro, já neste milénio, onde a península termina.

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