Fugas - Viagens

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Devemos muito à Grécia, incluindo uma visita

Outro equipamento cultural na zona que já não vai para novo é o Teatro de Dionísio, do século VI a.c., onde Ésquilo e Sófocles apresentaram as suas tragédias. Continuando a olhar para a esquerda, vemos lá em baixo o que resta do templo de Zeus, com um canto do pórtico bem conservado e algumas colunas alinhadas no chão, sobre o relvado, como se o monumento estivesse a ser montado.

Menos antigo, foi inaugurado em 2009, o novo Museu da Acrópole, já distinguido com vários prémios, fica muito perto, para ajudar a compreender melhor o Pártenon, mandado construir por Péricles (século V a.c.) em honra da deusa Atena Partenos, da qual o arquitecto e escultor Fídias fez uma enorme estátua em ouro e marfim para o interior do templo. A estátua foi levada para Constantinopla e destruída no século V.

O fascínio da Acrópole

Este é o sítio arqueológico mais antigo do mundo, a seguir às pirâmides do Egipto, e fascina há séculos a humanidade. Algumas estátuas e outros elementos esculpidos em mármore desaparecidos do Pártenon podem ser vistos no Museu Britânico, em Londres, no Louvre, em Paris, e até no Vaticano. A título de curiosidade, refira-se que, em Nashville, nos Estados Unidos, foi construída uma réplica em tamanho natural do Pártenon, tal como se supõe que ele seria com todos os seus elementos. O que resta do Pártenon está há décadas a ser objecto de intervenções de preservação, já que o monumento, depois das pilhagens associadas às muitas guerras a que assistiu, é hoje vítima da poluição atmosférica — bem visível no céu de Atenas —, sobretudo das chuvas ácidas que corroem a pedra.

Ao lado, mais pequeno, vemos o Templo de Erecteion, dedicado a Poseidon e Ateneia, com um dos pórticos a ostentar seis cariátides (mulheres de Karyai, feitas escravas durante a guerra que opôs Atenas a Esparta e outras cidades do Peloponeso) a fazer as vezes de colunas. Hoje, dizer a uma grega que é uma cariátide é um piropo, um elogio à sua beleza. Na Acrópole encontramos ainda o majestoso Propileu, pórtico de acesso ao topo do planalto, e o templo de Nike, a deusa da Vitória.

Cá em baixo, o antigo Estádio Panathinaiko, sede dos primeiros Jogos Olímpicos da Era Moderna, em 1896 — Atenas também tem o novo Estádio Olímpico, construído para as olimpíadas de 2004 e que é sobretudo conhecido como Estádio Calatrava, por ter sido projectado pelo arquitecto espanhol Santiago Calatrava —, é outro local de visita habitual. É aqui que cada novo país organizador dos Jogos Olímpicos é investido e é aqui que se coroam os vencedores da maratona de Atenas, que se realiza no primeiro domingo de Novembro. O Campeonato Europeu de Atletismo de 1982 decorreu neste estádio e foi neste evento que se realizou a primeira maratona feminina. A vencedora, como aliás nos dois Europeus seguintes, foi Rosa Mota.

Não é um evento desportivo, mas o render da guarda, no túmulo do soldado desconhecido da Praça Sintagma, aos pés do Parlamento Nacional, também tem muito de atlético. A complexa coreografia protagonizada pelos evzones, guardas presidenciais, com os seus trajes tradicionais em que sobressaem os enormes pompons dos sapatos, tem sempre muitos turistas a filmar e a fotografar. Alguns dos passos e momentos de imobilização cumpridos por estes pitorescos soldados exigem muito equilíbrio e força. E é vê-los transpirar quando, ainda por cima, faz muito calor e têm que usar as tradicionais calças e meias de lã, sob as saias brancas de 400 pregas, a evocar os anos de ocupação turca. O render da guarda acontece à hora certa, de sessenta em sessenta minutos.

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