Fugas - Viagens

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Eslovénia, por entre castelos encantados

Predjama, com o seu castelo parcialmente engolido pela garganta de uma gruta, impressiona ao primeiro impacto e, com a estética do seu conjunto arquitectónico, convida os visitantes a não reprimirem uma manifestação de espanto perante o cenário que lhes é dado a ver, num lugar improvável - um desafio da natureza à mão do homem. De desafios também gostava o barão Erazem Lueger, um Robin dos Bosques da Eslovénia do século XV que, como o herói de Nottingham, assaltava os ricos para dar aos pobres, transformando-se, também ele, num mito popular.

Vivendo por ali, escondido, por vezes era obrigado a confrontar-se com o assédio de soldados inimigos e, familiarizado com todos os caminhos, insinuava-se por um passadiço secreto escavado na montanha (pode ser visitado) para se abastecer dos víveres de que necessitava para a sua rotina – e logo os exibia, com arrogância, do alto daqueles muros mais próximos do céu, desprezando o cerco de tropas pouco ou nada conhecedoras daqueles terrenos tão elevados, dominados, há mais de 700 anos, pelo castelo tão bem preservado que no seu interior nos oferece uma visão de como era a vida em tempos ancestrais, com os seus espaços residenciais, a sua capela, os seus calabouços, as suas pinturas antigas.

Maribor

Deixo as águas calmas do Drava para trás e arrasto os meus passos pela Svetozarevska ulica até desaguar na trg Svobode, deserta como as duas praças vizinhas, a Grajski trg e a tgr Generala Maistra, na véspera vibrantes, plenas de vida, conferindo charme àquela que é a segunda maior cidade da Eslovénia. Próximo de qualquer uma delas, bem no coração de Maribor, ergue-se o castelo, um dos mais magnificentes monumentos arquitectónicos numa urbe fortemente bombardeada pelos Aliados durante a II Guerra Mundial, provocando a destruição total ou parcial de quase 50 por cento dos seus edifícios.

Face à sua localização, o castelo, levantado entre 1478 e 1483, sob as ordens do Imperador Friedrich III, com o propósito de fortificar a parte nordeste da cidade muralhada, é o lugar de referência de Maribor. A parte mais antiga preserva, em alguns dos seus recantos, a sua aparência original, a despeito das inúmeras renovações e ampliações que foram alterando os seus traços puramente góticos.

Como consequência do cerco turco, em 1532, foi florescendo a ideia de dotar a estrutura de maior capacidade de defesa, conforme atesta a construção do bastião que decora a fachada do castelo e cujas obras tiveram a supervisão do conceituado arquitecto italiano Domenico dell'Allio; mais tarde, já na segunda metade do século XVI, foi construída uma capela que é uma cópia da basílica da Santa Casa de Loreto, um acréscimo que transmite ao castelo ainda maior proeminência, da mesma forma que os diferentes e nobres inquilinos lhe proporcionaram maior riqueza arquitectónica: a escadaria Rococó no seu interior, os brasões que embelezam as entradas abobadadas e o salão principal, com o seu mobiliário e quadros, bem como o tecto com pinturas que retratam uma batalha entre tropas cristãs e turcas, da autoria de Johann Gebler.

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