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Eslovénia, por entre castelos encantados

Maribor sempre atraiu figuras mediáticas e nenhuma delas se mostrou indiferente à elegância do castelo – em 1782, o Papa Pio VI aqui rezou uma missa, a caminho de um encontro com o Imperador Joseph II. Também Hitler, de visita à cidade, discursou neste cenário, pronunciando uma frase que muitos eslovenos ainda hoje escutam da boca dos seus familiares: “Tornem este país alemão outra vez”.

Ptuj

A colina onde está situado o castelo de Ptuj sempre foi apreciada, em tempos pré-históricos e no tempo dos romanos. Pela sua localização estratégica, também atraiu de imediato os senhores feudais. Não se sabe se foi no século IX ou X, mas num deles já existia um castelo do qual se podia obter uma panorâmica sobre o que é hoje a cidade rasgada pelas águas do rio Drava. Desse tempo, não resta mais do que uma torre, mas no século XII, temendo os ataques húngaros e quando Ptuj fazia parte da arquidiocese de Salzburgo, o arcebispo Konrad, daquela cidade austríaca, ordenou a construção de um novo castelo, depois restaurado, durante o Renascimento e no período Barroco.

Como acontece em muitos outros casos, o castelo de Ptuj foi convertido num museu e oferece, a quem o visita, múltiplas atracções, tanto nos seus pisos térreos (instrumentos musicais usados por abastados nobres) como no primeiro andar, onde se encontram os espaços mais elegantes, contemplando mostras (mobília, quadros, objectos do dia a dia) que vão da segunda metade do século XVI à segunda metade do século XIX, enquanto no segundo piso se traça um pouco da história do (famoso) Carnaval por estas redondezas, com uma exibição de trajes e máscaras.

Celje

Quando, no século XVII, o telhado se abateu, anunciando uma (quase) inevitável decadência, poucos terão meditado sobre a história que encerrava o castelo, posicionado no dorso de uma colina. Construído no século XII pelos condes de Vovberg, donos e senhores de Celje (até à sua extinção, em 1322) e das terras à volta, o castelo, depois de muitas batalhas que se prolongaram por um decénio, ficou na posse dos seus herdeiros, os lordes de Zovnek, mais tarde os condes de Celje, uma família ambiciosa e plena de sucesso, influente e poderosa, hábil na política e em materializar casamentos especulativos e, ao mesmo tempo, envolta numa aura de heroísmo – são célebres as histórias de Herman II, salvando Sigismundo de Luxemburgo de uma morte certa na batalha contra os turcos em Nikopolje, no final do século XIV, e o duelo que travou (e venceu) no Lago Constança, como o duque (e mais tarde também imperador) Friedrich.

Nas suas diferentes etapas, ao longo das quais conheceu outros tantos proprietários – quando já nem um único descendente dos condes de Celje restava -, o castelo, com os seus triplos muros defensivos, viveu sempre sob a ameaça de uma ruína total e serviu, inclusive, como pedreira em 1755. Quase cem anos mais tarde, iniciaram-se as obras de recuperação dos seus muros e das ruínas começaram a despertar, vagarosamente (nenhuma outra estrutura em todo o país requereu tanto tempo para ser reabilitada), os traços da grandeza que o caracterizaram, se bem que o interior pouco ou nada mostra das suas origens, o que não impede de ser considerado como o mais importante e o maior castelo medieval em todo o país, com toda a sua multiplicidade de estilos que vão do Gótico ao Românico e ao  Renascentista. 

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