Fugas - Viagens

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Os mais belos recantos da ilha cosmopolita

Quando Cristopher Alfaro se dirige para a cozinha, volto a abarcar aquela atmosfera frenética que me rodeia, o mercado fervilhando de vida. Ao fundo, vejo despontar uma figura conhecida que, sem me ver, caminha na minha direcção: Masatomo Toyoshima.

Como prometido, três dias depois estou de novo em Ilig-Iligan. Tilo Casidsid, o avô de Geneva, recebe-me efusivamente e apresenta-me a sua mulher, que se chama Aidie e recebe o mesmo apelido. Ela deixa-nos à conversa e afasta-se para preparar um adobo, um prato típico, Tilo Casidsid agarra na sua rede de pesca e dirige-se para a água; quando volta, pega na sua viola e começa a tocar e a cantar. Não há vento em Ilig-Iligan. E não há turistas, apenas um grupo de meninos que me cumprimenta e passeia ao longo da praia antes de se dispersar por entre a vegetação profusa que esconde uma única casa pintada de azul.

- Sou feliz aqui, não sinto falta de nada, talvez um pouco mais de negócio apenas. Mesmo a minha neta gosta de ficar nesta casa que eu construí com as minhas mãos - e por vezes dorme aqui connosco.

Tilo Casidsid convida-me a sentar na gruta decorada com conchas que tombam sobre as paredes, escutando não o som que sai das cordas da sua viola mas o mar. Uma hora depois, Aidie deposita à minha frente um delicioso adobo e pergunta-me se tenho curiosidade em assistir, uns dias depois, a uma luta de galos, em Puka. Percebe a razão que me leva a declinar o convite mas não se revê no meu argumento da violência.

- Os galos morrem e são cozinhados. A galinha que tem à sua frente, também a acabei de matar.

Os dias correm devagar e mais um estava prestes a evaporar-se. O homem do triciclo que me levava de volta ao hotel mostrava-se invulgarmente bem-disposto mas por vezes assumia uma expressão séria.

- Nasci em Boracay, não há lugar mais bonito no mundo. Tenho quatro filhos da minha mulher, que também é de Boracay. E mais dois da minha mulher que vive em Manila. Mas a de Boracay é a original.

Em qualquer momento, em quase três semanas, a analogia era inevitável.

- O tempo não pára.

Michaela Davenport repetira aquela expressão duas ou três vezes como se, ao levar aquelas palavras aos lábios, recuperasse esse passado cada vez mais remoto.

- Por vezes, íamos a pé até à praia de Diniwid, onde as crianças brincavam com os seus animais.

No último dia em Boracay, fui um pouco mais para lá de Diniwid, até Balinghai, onde cheguei depois de atravessar uma aldeia e de descer umas escadas que terminavam na praia. Não havia mais do que um bar primitivo, uma geleira onde repousavam algumas bebidas; de quando em vez chegava um barco mas logo se afastava daquele silêncio e daquelas águas cor de esmeralda.

Na areia brincavam quatro ou cinco crianças.

 

GUIA PRÁTICO

Como ir

Entre Lisboa e as Filipinas não há qualquer ligação aérea directa, pelo que, para chegar a Boracay (que não tem aeroporto), terá forçosamente de fazer pelo menos duas escalas. Lufthansa, KLM, British Airways, Qatar Airways e Emirates, entre outras, operam voos com destino a Manila, de onde é possível voar para Kalibo, a capital da província de Aklan situada no noroeste da ilha Panay e principal eixo de transporte para a vizinha Boracay.

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