Uma segunda sala é uma espécie de praça de alimentação com um canto lounge, mesas e música (a mesa de misturas está lá, falta o DJ). Os cheiros são intensos: há quem cozinhe comida mexicana, tibetana ou tornado potatoes e até chouriço assado, à portuguesa mesmo. O responsável é Ivo Brandão, que há seis anos trocou o Porto por Utrecht e uma vez por mês vem a Eindohven com chouriços e conservas portuguesas — e também os “chouriço barbecue set”, que mais não são do que os recipientes de barro onde em Portugal se assam os chouriços. Os holandeses parecem curiosos.
Museu Philips
Está situado na primeira fábrica da Philips, aquela onde a Philips fez a sua primeira lâmpada incandescente. Renovado, agora apresenta a história da companhia fundada pelos filhos de um banqueiro primo de Karl Marx. Theo, que durante 42 anos trabalhou para a Philips, é o nosso guia. Dos fundadores e primeiros funcionários, às primeiras lâmpadas (na antiga caldeira recria-se todo o processo original da montagem das lâmpadas de filamento de carbono originais, graças aos dedos finos), o negócio original. Curiosidade: o primeiro cliente foi uma fábrica de velas... Das lâmpadas, a Philips alargou a sua acção para os rádios, televisões, electrodomésticos vários (reprodução de sala de estar e cozinhas dos anos 1960). Vemos toda a evolução tecnológica, e de design, da empresa e até a luva que Michael Jackson não chegou a envergar. “Pediu para lhe fazerem uma luva com luz. Ele viu o protótipo – “Tudo o que eu sempre quis” – mas morreu antes de a poder usar”, conta Theo. No museu não se passa só em revista o passado, olha-se para o presente da actividade e investigação da Philips.
www.philips-museum.com
Museu Van Abben
Fundado em 1936 a partir da coleção de Henri Van Abbe, o Museu Van Abben foi sempre uma instituição de arte contemporânea. As suas obras iniciais, contemporâneas, são “as menos desafiantes”, reflectindo o “gosto burguês do dono”, um proprietário de uma fábrica de charutos. São, sobretudo, obras de autores holandeses e belgas da década de 1920. Durante o período instável da II Grande Guerra, o museu “apenas sobreviveu”, mas a partir daí começou a enformar a base do que é a sua colecção actual com o objetivo de o colocar no mapa mundial. Para explicar a evolução da arte moderna, adquiriu obras de Braque, Picasso, Chagall, Kandinsky, Mondrian, Rodchenko; o seu acervo de El Lissitzky é um dos maiores do mundo. Organizado cronologicamente, os grandes movimentos artísticos estão aqui representados até à contemporaneidade, que se instala no segundo andar, que representa também a “abertura da arte a novos mundos”. Entre pintura, fotografia, vídeo arte, instalações, destaque para a caixa de cheiros a acompanhar a obra de Kandinsky View on Murnau wtih church – “queremos despertar a sinestesia da arte”; e atenção ao elevador: também é uma instalação artística com música que sobe e baixa de tom com o movimento deste.
www.vanabbemuseum.nl
Dutch Design Week
É um dos momentos altos do ano em Eindhoven — em Outubro a cidade recebe a Dutch Design Week (DDW) e o design toma (ainda mais) conta da cidade. Organizada desde 2002, mais de 2500 designers têm aqui a sua montra principal (e oportunidade de fazer networking) e os visitantes (a rondar os 300 mil) encontram exposições, conferências, debates e festas — dois dos principais palcos da cidade, o Effenaar (mais pop) e o Muziekgebouw Frits Philips (mais clássico), recebem concertos mas também instalações de som, arte sonora e exposições de instrumentos musicais experimentais. Focada em promover o design do futuro, a DDW aposta na experimentação, cruzamentos e inovação em todas as disciplinas do design — e nos jovens talentos. Este ano acontece de 21 a 29 de Outubro. www.ddw.nl