Fugas - Viagens

  • Adriano Miranda
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Em Abrantes não faça “uau”, deixe-se antes ficar, devagarinho

Antes do dia terminar, Carlos Bernardo tem mais dois sítios para nos mostrar – mais uma praia e mais um miradouro. Não há repetição. Estes pouco têm que ver com os primeiros. A vista do miradouro da aldeia de Fontes dá-nos novas perspectivas da albufeira de Castelo de Bode – e, já agora, Carlos garante que as festas da aldeia, em Agosto, são “as melhores do concelho” – e a praia fluvial da Aldeia do Mato está a milhas de distância da do Penedo Furado.

Na Aldeia do Mato, a praia de bandeira azul é ampla e o rio largo. Há uma piscina no meio do rio e dezenas de pessoas esquecem-se do calor, fora ou dentro dos seus limites, mas sempre dentro de água. Aqui falta o silêncio e a sombra do Penedo Furado. Mas há mais espaço, mais lugares para estacionar e onde estender uma toalha. Aqui pode-se mergulhar, porque o rio é profundo, enquanto no Penedo Furado a água não cobre uma pessoa de estatura média. Carlos Bernardo garante que há muito mais para ver – 40 quilómetros da Grande Rota do Zêzere passam pelo concelho, diz, a título de exemplo – mas, por agora, ficamos por aqui. Para um local onde não há nada para ver ou fazer, Abrantes ocupa, afinal, muito tempo.

 

Às voltas com o azeite e o vinho

Abrantes, já aqui o dissemos, é muito mais do que o castelo (e nem sequer falamos do quartel militar, como já devem ter reparado, nem da ocupação da cidade durante as Invasões Francesas, vejam lá). É também terra de vinho e azeite e se é destes produtos que anda à procura, há espaços de portas abertas para o receber. No Tramagal, o Casal da Coelheira tem vindo a recolher prémios pela qualidade dos seus vinhos, em que o tinto Mythos é a estrela, apesar de a fama ter chegado, e 2010, com a distinção do melhor rosé do mundo, em Bruxelas. As vinhas, que se estendem até ao Tejo, na quinta com 270 hectares, beneficiam da humidade conferida pela proximidade do rio, e do contraste com as altas temperaturas do ar durante o Verão.

Sara Santos, 29 anos, é uma das seis funcionárias a tempo inteiro desta empresa familiar, e que vai já na terceira geração, com um conceito muito diferente do que tinha há umas dezenas de anos. “Era uma adega muito local, muito voltada para as pessoas da vila, que vinham nos seus burros encher os garrafões de vinho. Havia fardos de palha para alimentar os animais e arcadas para eles ficarem à sombra”, diz.

Hoje já ninguém traz os garrafões, mas a loja o Casal da Coelheira tem para venda as 10 variedades de vinhos produzidos pela casa. E quem chega para uma visita (por marcação) pode ainda espreitar a adega e o que Sara diz ser designado, entre as pessoas da casa, como a “sala das vaidades”. Um espaço em que as paredes estão revestidas de diplomas e prémios dos mais variados concursos.

De regresso ao centro de Abrantes, são poucos quilómetros até Alfarrerede e a Quinta do Bom Sucesso, da Casa Anadia, onde a estrela é o azeite. A propriedade também está aberta para visitas, com marcação prévia, e aqui é-lhe dada a oportunidade de passear entre os olivais e percorrer a mini-aldeia que se esconde no seu interior, e que é habitada pelos funcionários da propriedade da família de Miguel Pais do Amaral.

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