Fugas - viagens

  • Pedro Cunha
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Descobrir a pé uma costa de segredos

Balanço final: "Esta caminhada está no top das três das melhores que já fizemos, em 20 anos." E enumeram as razões: pelas paisagens, pelo tipo de alojamento onde foram pernoitando, pela gastronomia - "Ahhh!, a comida!"

A Rota Vicentina é constituída pelo trilho dos pescadores, junto à costa (num total de 115 km), e pelo caminho histórico, no interior, passando por vilas e aldeias, por caminhos florestais e trilhos estreitinhos (241 km) com uma enorme variedade de flores, arbustos e árvores, aves e insectos.

Trilho dos Pescadores e trilho histórico (este último também pode ser percorrido de bicicleta) tocam-se em alguns pontos - pelo que é fácil passar de um para o outro, sempre a pé.

A Fugas caminhou ao longo de duas etapas: do Cercal do Alentejo à aldeia de São Luís (cerca de 25 km de serra, zonas de pasto e muitos eucaliptos na recta final); de Porto Covo a Vila Nova de Milfontes (à volta de 20 km, entre escarpas e praias selvagens, com as cegonhas por companhia). Fez ainda um circuito complementar: seis quilómetros que desembocam no areal da Praia da Bordeira (um percurso indicado para quem caminha com crianças que permite ver a praia com os olhos da serra).

Pelo caminho, os caminhantes cruzam-se com pastores e pescadores, com as histórias sobre os nomes das rochas batidas pelo mar (Lombo do Asno, Coice de Porco, Pedra da Cegonha...) e ouvem contar como alguns dos percursos integrados na Rota Vicentina terão feito parte dos Caminhos de Santiago, percorridos ao longo de séculos por peregrinos.


O homem dos garrafões

A Casas Brancas é uma associação sem fins lucrativos que nasceu há dez anos e congrega cerca de 60 turismos rurais, restaurantes e outros empresários do sector turístico. Assume-se como tendo o objectivo de "impulsionar a qualidade no turismo da região". No último ano e meio centrou atenções no lançamento do projecto Rota Vicentina e, nas últimas semanas, tem promovido uma grande campanha de promoção, sobretudo para o estrangeiro, daquilo que acredita ser um "projecto de desenvolvimento e de sustentabilidade para esta região", nas palavras de Rudolf Muller, presidente da Casas Brancas. "Um caminho ambiental e cultural."

Em tempo de crise, Muller acredita que a Rota pode dar um impulso ao turismo. A ideia é trazer para a região mais turistas - turistas especiais, que respeitam a natureza e procuram paisagens preservadas. O mercado potencial é grande: o ecoturismo, que engloba as actividades de trekking, cresce, em todo o mundo, à média de 5% ao ano, segundo a Organização Mundial de Turismo.

Muller é um luso-suíço apaixonado por aves e plantas que vive há anos no Alentejo. Num país onde as caminhadas de longo curso ainda não fazem parte dos hábitos de férias da generalidade da população, há muito que procurava descobrir e  anotar caminhos usados pela população local nas suas mais diversas actividades.

Em Novembro de 2010 chegava a notícia: a candidatura apresentada pela associação ao Inalentejo (um programa financiado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional) para lançar a Rota Vicentina tinha sido aprovada.

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