Fugas - Viagens

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    Praia do Tonel, Zambujeira do Mar Pedro Cunha
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    Praia da Amália, Brejão
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    Praia do Camilo, Lagos Mara Gonçalves
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    Praia de Moledo, Caminha Hugo Delgado
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    Praia do Silêncio, Astúrias, Espanha DR
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    Calella de Palafrugell, Girona, Espanha DR
  • Sant Pere Pescador, Girona, Espanha
    Sant Pere Pescador, Girona, Espanha DR

10 praias de assombro ao virar da esquina

Por Carla B. Ribeiro, Andreia M. Pereira, Mara Gonçalves, Luís J. Santos

Não precisamos de ir para outro continente para descobrir areais de perder o fôlego. Por Portugal e Espanha, poderíamos escolher centenas mas, desta vez, o coração leva-nos por estas jóias, algumas mais célebres outras que vivem ainda no segredo dos deuses.

Praia de Moledo, Caminha

O mar do Atlântico Norte pode ser motivo para calafrios, mas assim que o corpo se habitua à temperatura descobrem-se as vantagens de se ir a banhos na praia de Moledo. A água é límpida e, logo de manhã cedo, brinda os veraneantes com o acentuado aroma a sal. Além do mais, é extremamente rica em iodo, substância fundamental para a produção da hormona tiroideia. E embora várias pesquisas tenham apontado as idas à praia como insuficientes para a absorção do iodo necessário ao ser humano, pode ser sempre um bom complemento terapêutico.

Enquanto as águas se vão enchendo de temerários banhistas e amantes de desportos aquáticos, que encontram em Moledo condições excepcionais para a prática de surf, windsurf, vela, kitesurf, bodyboard ou mesmo mergulho, pelo areal multiplicam-se as brincadeiras de bolas e raquetas. Mas há ainda outra razão de peso para procurar esta praia, anichada entre a vasteza do Atlântico e o verde do pinhal. O horizonte é marcado pelo Forte da Ínsua e, lá ao longe, para lá do rio Minho, avista-se o Monte de Santa Tecla, já em território espanhol.

Já a frente costeira revela o ambiente de fins de século XIX, com várias casas que mantêm a traça desses tempos e que foram sendo edificadas por famílias abastadas que, durante o calor, procuravam refúgio no sossego de Moledo. Hoje, servem de cenário a uma enchente de gente em busca do fervilhar de ideias que, de Verão a Verão, vão transformando os cafés em antigos espaços de tertúlia e por onde se vão cruzando diversas caras conhecidas quer da esfera política quer da cultural. [Carla B. Ribeiro]

 

Praia da Amália, Brejão

Pode já não ser o segredo que foi um dia, mas ainda é bastante recluída. Alguns chamam-lhe praia dos Malmequeres, quase todos, praia da Amália. O malmequer é a melhor forma de descobrir-lhe a direcção: na estrada que liga Brejão e Azenha do Mar, é impossível não vê-lo e é uma espécie de santo-e-senha; Amália da fadista que tinha uma casa no topo das falésias que abraçam a pequena enseada, onde passava largas temporadas (e era presença assídua na Azenha do Mar, lembrou um casal de pescadores). Durante anos, imaginamos, teria a praia quase só para ela e até mandou construir as escadas (por estes dias a precisarem de manutenção) que descem o penhasco, contou o caseiro da casa que agora se aluga por temporadas.

Contudo, as escadas estão no fundo da propriedade e nós não temos a sorte de Amália. Vamos ao início: o malmequer, estufas e, sempre em caminho de terra batida, chegamos aos limites da propriedade. É aí que se forma o estacionamento da praia — o resto do percurso é a pé e é esse que não é fácil. Começamos em pinhal, passamos para túnel de árvores, caniçais, juncais em caminho estreito com ribeiro a correr ao lado, no fundo. O sol não entra, a humidade é enorme e pode haver lama — quase um trekking. A recompensa é a chegada a uma baía plácida instalada em quarto de lua onde o ribeiro que nos acompanha chega por garganta rochosa. O mais certo é encontrar uns poucos guarda-sóis, talvez alguns naturistas — longe de multidões, com a natureza n o seu estado mais puro. [Andreia Marques Pereira]

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