Fugas - FugasEmPortugal

  • O pão. Padaria Calisto, Aldeia da Venda, Santiago Maior, Alandroal
    O pão. Padaria Calisto, Aldeia da Venda, Santiago Maior, Alandroal Bruno Simões Castanheira
  • O pão. D.ª Gracinda da padaria Manuel Marat Rocha. Aldeia da Venda, Santiago Maior, Alandroal
    O pão. D.ª Gracinda da padaria Manuel Marat Rocha. Aldeia da Venda, Santiago Maior, Alandroal Bruno Simões Castanheira
  • O pão. Na padaria Manuel Marat Rocha. Aldeia da Venda, Santiago Maior, Alandroal
    O pão. Na padaria Manuel Marat Rocha. Aldeia da Venda, Santiago Maior, Alandroal Bruno Simões Castanheira
  • O pão. Padaria Calisto, Aldeia da Venda, Santiago Maior, Alandroal
    O pão. Padaria Calisto, Aldeia da Venda, Santiago Maior, Alandroal Bruno Simões Castanheira
  • O pão. Distribuição da padaria Manuel Marat Rocha. Aldeia da Venda, Santiago Maior, Alandroal
    O pão. Distribuição da padaria Manuel Marat Rocha. Aldeia da Venda, Santiago Maior, Alandroal Bruno Simões Castanheira
  • O pão. Uma cliente do pão da padaria Manuel Marat Rocha. Aldeia da Venda, Santiago Maior, Alandroal
    O pão. Uma cliente do pão da padaria Manuel Marat Rocha. Aldeia da Venda, Santiago Maior, Alandroal Bruno Simões Castanheira
  • O presunto. Barrancos, Casa do Porco Preto (Barrancarnes)
    O presunto. Barrancos, Casa do Porco Preto (Barrancarnes) Bruno Simões Castanheira
  • O presunto. Barrancos, Casa do Porco Preto (Barrancarnes)
    O presunto. Barrancos, Casa do Porco Preto (Barrancarnes) Bruno Simões Castanheira
  • O presunto. Barrancos, Casa do Porco Preto (Barrancarnes)
    O presunto. Barrancos, Casa do Porco Preto (Barrancarnes) Bruno Simões Castanheira
  • O presunto. Barrancos, Casa do Porco Preto (Barrancarnes)
    O presunto. Barrancos, Casa do Porco Preto (Barrancarnes) Bruno Simões Castanheira
  • O presunto. Barrancos, Herdade da Casa do Porco Preto (Barrancarnes)
    O presunto. Barrancos, Herdade da Casa do Porco Preto (Barrancarnes) Bruno Simões Castanheira
  • Ameixas de Elvas. Na fábrica de Luís Silveirinha, fundada em 1919
    Ameixas de Elvas. Na fábrica de Luís Silveirinha, fundada em 1919 Bruno Simões Castanheira
  • Ameixas de Elvas. Na fábrica de Luís Silveirinha, fundada em 1919
    Ameixas de Elvas. Na fábrica de Luís Silveirinha, fundada em 1919 Bruno Simões Castanheira
  • Ameixas de Elvas. Na fábrica de Luís Silveirinha, fundada em 1919
    Ameixas de Elvas. Na fábrica de Luís Silveirinha, fundada em 1919 Bruno Simões Castanheira
  • Ameixas de Elvas. Na fábrica de Luís Silveirinha, fundada em 1919
    Ameixas de Elvas. Na fábrica de Luís Silveirinha, fundada em 1919 Bruno Simões Castanheira
  • Portalegre. Rebuçados de ovo de Natália Sardinha da marca Sabores do Alto
    Portalegre. Rebuçados de ovo de Natália Sardinha da marca Sabores do Alto Bruno Simões Castanheira
  • Portalegre. Groselha 100% de Natália Sardinha da marca Sabores do Alto
    Portalegre. Groselha 100% de Natália Sardinha da marca Sabores do Alto Bruno Simões Castanheira
  • Portalegre. Natália Sardinha da marca Sabores do Alto com os célebres rebuçados
    Portalegre. Natália Sardinha da marca Sabores do Alto com os célebres rebuçados Bruno Simões Castanheira

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Alentejo, um passeio em quatro sabores

Fazem apenas o pão tradicional, para "migar". "Não leva nem vitaminas nem fermento inglês. Só farinha, sal, água e o fermento natural." São estes ingredientes que lhe dão a consistência - tal que, 15 dias depois, ainda não tem bolor. Mas o processo de produção também é diferente: o "pão padeiro" cresce rápido e em dez minutos está pronto para ser trabalhado; este leva três horas a estar pronto. A rotina começa bem cedo: às duas da manhã, Francisca desce para amassar; passada hora e meia volta para espalhar a brasa no forno e às seis desce definitivamente para começar a trabalhá-lo, aí já acompanhada pela mãe. O forno ainda é de lenha dentro e, antes de serem vendidos, na parte da frente da padaria, são limpos da cinza com que saem do forno. Nem Francisca nem Catarina (que tinha animais, "isto não era modo de vida") contavam dedicar-se à padaria a tempo inteiro. Cláudia, a neta e filha, tão-pouco o deseja. Mas vai ajudando a mãe - talvez a tradição continue.


Elvas
Ameixas à vista

Podem ser secas ou em calda. Ambas têm a mesma forma de confecção - a diferença é que a seca é lavada, enxuta ao sol e embalada; a outra vai com calda. Esta é a primeira dúvida que esclarecemos sobre um dos produtos emblemáticos da cidade-chave-do-reino que agora é Património Mundial da Humanidade. Há quase cem anos (desde 1919) que no edifício antigo em pleno centro histórico de Elvas, com terraços e vista privilegiada para a cidade "das muralhas e igrejas", se produzem ameixas de Elvas.

Se tivéssemos vindo num dia de semana, teríamos visto o bulício imparável de Luís Silveirinha e dos seus três empregados, "um entra-e-sai constante". Se tivéssemos chegado na quinta-feira teríamos acompanhado o descarregamento e a preparação inicial de 700 quilos de ameixas - Rainha Cláudia Verde - que só sairão daqui confitadas (depois de submersas durante várias semanas em calda de açúcar). "Foram cozidas no próprio dia", explica Luís Silveirinha, "não temos arcas. Como se fazia em 1919 é como se faz hoje; tudo o que existe já não é igual". É a única produção totalmente artesanal das ameixas, produto DOP; comparando com uma unidade industrial, "o que aqui se faz num mês lá faz-se em dois dias".

O que se faz aqui é um produto já conhecido nos tempos do Infante D. Henrique - "diz-se que as ameixas já iam nas caravelas" - e da preferência do general Wellington, já no século XIX, o mesmo em que começou a produção industrial. E a sua fama mundial. Para manter a "continuidade na tradição", como anuncia o cartaz, Luís Silveirinha assumiu a direcção da fábrica que agora leva o seu nome (39.006222,-7.248130) - "Era gerente de um banco e deixei". E aqui estamos nós, na sua área de trabalho de Verão, um terraço coberto, com 24 bicos de gás, caldeira, depósito, alguidares de plástico e de barro, e uma série de mesas com outros objectos necessários: tiradeiras, espumadeiras, coadores. É aqui que se cozem as ameixas que vão chegando - tem de ser no ponto certo: se amadurecem muito terão de ser secas ao sol e depois esterilizadas para se tornarem passas ("o melhor laxante natural") - e se faz a calda onde depois irão repousar.

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