E se estiver em São Paulo e quiser seguir um conselho de Alex Atala, o chef do D.O.M? Uma das hipóteses é o Mocotó, o restaurante de Rodrigo Oliveira de Almeida, em Vila Medeiros, onde as especialidades são o sarapatel, o atolado de vaca e, só aos domingos, paleta de cordeiro do Velho Chico e o próprio mocotó. "Vale a viagem", garante Atala.
É sempre bom saber que Eric Ripert, do Le Bernadin de Nova Iorque (e note-se que o Le Bernadin é o restaurante que pelo menos nove outros chefs gostariam de ter aberto), aconselha a Serafina Fabulous Pizza - é o sítio onde costuma ir nos dias em que fica a comer no bairro onde vive. E pode ser útil se algum dia chegarmos a ir ao Fäviken Magasinet, de Magnus Nilsson, nos confins da Suécia (e há no guia nada menos do que 14 chefs a dizer que "vale a viagem"), saber que temos lá perto um sítio que o jovem mas já muito mediático Nilsson recomenda: é o Natur Café at Kretsloppshuset. Trata-se de um café gerido por uma cooperativa de cerca de 40 voluntários defensores de uma agricultura sustentável e que servem essencialmente comida feita com os produtos que cultivam.
Mas podemos também explorar o livro seguindo uma lógica geográfica. Austrália é o primeiro capítulo. Comecemos por aí. Na página inicial surgem algumas frases destacadas. Uma delas é de Anthony Lui e fala de um "restaurante humilde que faz uma comida espectacular". Vamos ver a que se refere. Trata-se de T's Chinese Restaurant, em Sheffield, na Tasmânia, e ficamos a saber que é económico mas só serve jantares.
Espreitamos Itália, onde o chef Marc Fosh fala do "melhor risotto de sempre, sem qualquer dúvida". É na Trattoria Da Romano, na ilha de Burano, em Veneza, um risotto feito com um caldo de peixe, e que também Anthony Bourdain, no episódio sobre Veneza do programa "No Reservations", garante ser o melhor de todos. Confirma-se, portanto. Outra dica: se estiver em Los Angeles, mais exactamente em Hollywood, Josef Centeno recomenda uma passagem pelo Cactus Tacus, onde os tacos "são sempre garantidamente bons".
Os chefs que comem Portugal
É muito longa a lista de restaurantes recomendados pelos chefs em todo o mundo. Longa e variada, com alternativas diferentes, entre locais mais caros e para ocasiões especiais e outros baratos para refeições rápidas, comida simples, tradicional, especialidades locais. Em Portugal há restaurantes recomendados em Bragança, Braga, Porto, Viseu, Lisboa, Setúbal, Évora e Faro. Os chefs que participam nas escolhas são: Alexandre Silva, José Cordeiro, Luís Baena, Miguel Castro e Silva, José Avillez, Vítor Sobral, Henrique Sá Pessoa, Fausto Luigi Airoldi, Ljubomir Stanisic, Olivier da Costa e Chakall.
E que restaurantes lusos preferem os chefs de Portugal? Há dicas para todos os gostos. Como exemplo, fica-se a saber que Henrique Sá Pessoa gosta de tomar o pequeno-almoço na Pastelaria Restelo (celebrizada como pastelaria Careca) e Stanisic, quando quer comer bem por pouco dinheiro, elege O Cadete, na Baixa alfacinha. Para o chef Avillez, o restaurante que melhor representa a gastronomia de Lisboa é o Salsa & Coentros e Chakall considera O Poleiro como o seu bom restaurante de bairro.