Banthai
É curioso que, tendo sido Portugal um dos primeiros países ocidentais a estabelecer contactos e trocas comerciais com a Tailândia (então Sião), nunca tenha existido um grande interesse pela rica cozinha desse país. Um dos raros exemplos - e que dá a sensação de já ter vivido melhores dias - é este restaurante Banthai, em Alcântara. O espaço, decorado sobriamente com motivos tailandeses, comporta cerca de 80 clientes. À noite, sobretudo ao fim-de-semana, parece ser mais animado do que durante a semana, ao almoço, em que a frequência é escassa.
É pena, porque se alguns dos pratos tradicionais estão disponíveis somente ao jantar, como a óptima sopa agridoce tom yam kung (o prato mais famoso da cozinha thai), o caranguejo cozinhado em leite de coco ou a massa pad thai, outros, de sabor igualmente bem apurado, como o caril panang (vermelho) com carne de vaca, por exemplo, podem ser apreciados ao almoço com a vantagem de se sair consolado por pouco mais de 10€ (sopa + menu de almoço com prato, bebida, café e "bolinho"). [Miguel Pires]
LISBOA. Rua Fradesso da Silveira, 2 traseiras, loja 9. Edifício de Escritórios Alcântara-Rio. Tel.: 213621184. De segunda a sábado, das 12h às 15h e das 19h30 às 23h30. Preço médio: 25€
Qosqo
Foi no Verão do ano passado que abriu em Lisboa o restaurante peruano Qosqo. Numa altura em que o Peru vive uma revolução gastronómica e apresenta ao mundo a sua cozinha, em Lisboa Gabriela Ruiz, Marco Leyva e José Araújo apostaram num pequeno espaço de piso térreo e cave para que também os portugueses descobrissem o pisco sour (bebida à base de aguardente vínica), o ceviche (peixe cru cozinhado com sumo de lima), os tiraditos (peixe com diferentes molhos) e as causas (puré de batata com recheio).
O entusiasmo pela comida peruana tinha começado algum tempo antes com os jantares que Gabriela e Vasco Pimentel organizavam no restaurante Isaura, e quando abriu o Qosqo atraiu logo as atenções. Depois de um período de alguma agitação, com os três sócios a adaptarem-se ao súbito sucesso, o restaurante entrou agora numa nova fase, com uma chef, Sara Zegarra, vinda directamente de Lima, e com uma carta maior e mais bem estruturada, que permite descobrir outras especialidades da cozinha peruana como o arroz chaufa (de influência chinesa) ou a carapulcra com chanco glaceado, um prato indígena feito com batata seca desidratada. [Alexandra Prado Coelho]
LISBOA. Rua dos Bacalhoeiros, 26 A. 1100-070 Lisboa. Tel.: 218868061 ou 918604529. Facebook. Aberto de terça a quinta até às 22h; sexta e sábado até às 22h30. Domingo das 13h às 16h30. Preço médio: 20€
Hong Kong Grande Palácio
É comum sentarmo-nos numa das mesas deste restaurante chinês (e aqui a privacidade não é grande porque as mesas são corridas) e termos ao lado uma família chinesa que preenche o seu pedido numa folha escrita em chinês - e à mesa deles chegam geralmente coisas extraordinárias que não conseguimos localizar na lista. Apesar desta frustração momentânea, a lista é longa, não falta por onde escolher, e aqui encontram-se coisas que não se encontram habitualmente noutros restaurantes chineses. A comida é típica de Cantão. Hádim sum de muitas variedades (ha kau, raviolis de barbatana de tubarão, ou de carne e amendoins ou bolo de nabo), e pato lacado à Pequim impecavelmente estaladiço. O império do Grande Palácio tem vindo a crescer: para além do restaurante original, perto da Praça do Chile, há outro junto ao Marquês de Pombal, e um terceiro no Porto. A.P.C.
LISBOA. Rua Pascoal de Melo, 8A. 1170-294 Lisboa. Telefone: 218123349. www.restaurante-chines.com. Aberto todos os dias das 12h à 1h. Preço médio: 20€