Fugas - restaurantes e bares

  • Miguel Manso
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20 tascas “à antiga” em Lisboa e no Porto

O Cardoso do Estrela de Ouro
Rua da Graça nº 22 (Graça)
2ª a 6ª das 12h às 15h e das 18h30 às 21h30; sábados das 12h às 16h

 

Adega dos Passarinhos

Quando se fala de bifanas, a arte bem portuguesa de colocar uma febra de porco dentro de um pão, a polémica estala. O tempero da carne e a qualidade do pão fazem toda a diferença. Mas em Setúbal, terra do choco frito, há peregrinações à Adega dos Passarinhos.
Esta foi a escolha do chef Luis Barradas quando lhe pedimos que sugerisse uma tasca da sua cidade natal. É um espaço familiar, com fotografias de família nas paredes. “Muitos da geração de 70, como eu, apanharam no Bird’s Pub, como lhe chamamos, as suas primeiras bebedeiras, com penaltis e submarinos”, recorda a rir (para quem nunca andou por estas águas, um submarino é uma imperial “carregada” com um copo de bagaço – e um penalty é um copo alto com vinho). A geração mais velha também faz ali poiso. “Ainda é costume entrar e ver os velhotes com um copo de três”. Às vezes, com uma bifana, outras, com uma travessa de bacalhau com grão, muito bem regado com azeite, claro, ou uma salada de feijão-frade. Francisca Gorjão Henriques

Adega dos Passarinhos
Rua Tenente Valadim, 17, Setúbal
Das 12h00 as 15h00 e das 19h00 às 23:00.
Telef: 265534096

 

Refúgio do Ciclista

Refúgio do Ciclista: o nome diz tudo. Manuel Correia era um profissional e tem prémios para apresentar. As paredes estão cheias de recortes de jornal e camisolas emolduradas, incluindo uma onde se lê Robbialac (de uma corrida que venceu em 1966), ou a que tem as cores de Portugal, quando foi campeão nacional.
Há 40 anos, o Refúgio era um pequeno espaço que juntava café e restaurante no principal largo do Penedo, aldeia do Espírito Santo, em Sintra. Em 2000, mudou-se para as traseiras e ganhou uma sala ampla. Nas mesas e bancos corridos sentam-se lado a lado serventes de obras e intelectuais. Há cerca de oito anos, o ciclista passou o negócio ao filho, António Correia, que se ocupa da grelha, enquanto a mulher, Cátia Cristóvão, serve os clientes. A tradição manteve-se: temos direito a bom pão, azeitonas, uma garrafa de vinho ou refrigerante, sopa, salada, prato e sobremesa. Os grelhados (peixe e carne) são o ponto forte da casa, e a refeição completa varia entre os 6,5 euros e os 8,5 euros. O rei é a “mista à ciclista”: uma grelhada que junta costeleta, entremeada e salsicha. F.G.H.

Refúgio do Ciclista
Largo do Chafariz, Penedo (Sintra).
Aberto das 12h00 às 14h30. Encerra ao domingo
Tel. 219280088

 

Porto

Casa das Iscas

A Casa das Iscas é assim uma espécie de instituição de Paranhos. No largo da igreja, como nas aldeias, ou não fosse Paranhos uma das zonas do Porto onde a vida continua a correr devagar e, aqui e ali, ainda sobrevivem costumes de uma ruralidade enraizada.
É preciso dizer que as iscas são mesmo as verdadeiras. Coisa bem diferente dessa variante fofa de massa passada na varinha mágica que resulta numa espécie de bolo salgado.
A isca tem a posta de bacalhau frita - das partes mais baixas, das abas - polme com farinha milha e ovos. Faz-se numa fritura lenta, enrolando como se fosse uma omeleta até ganhar crocância e envolver a posta. Também o bacalhau tem pele e espinha, e com isso as gelatinas que lhe dão identidade (e sabor). Bacalhau seco, salgado e demolhado a preceito. Nada de congelados ou vácuos!
Na Casa das Iscas também há rojões no pingue, que é assim que se fazem os rojões da tradição minhota e já é difícil encontrar.
A par de outras frituras – tripas enfarinhadas, rissóis, bolinhos de bacalhau - costuma haver também o bucho ou salada de orelha. E também um arroz feijão vermelho para aconchegar estômagos mais desvalidos.
Neste recanto com vista para a Igreja de Paranhos, a tradição ainda é quem mais ordena. E nem as obras recentes – a casa ficou mais arejada e acolhedora - ou as notícias da passagem por lá do mediático Anthony Bourdain, parecem capazes quebrar as rotinas. Ainda bem! José Augusto Moreira

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