Fugas - Viagens

  • Adriano Miranda
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O futuro é o presente do Dubai

Mal saímos do avião somos logo sugados pelo vórtice de luxo descontrolado que aprendemos a associar ao Dubai. O dia desperta lá fora e somos confrontados com as palmeiras douradas que se espalham num mar de mármore e colunas. Em retrospectiva, não podemos deixar de considerar que é a melhor introdução possível ao Dubai porque é o Dubai em "miniatura" e in your face e somos logo imersos nas suas obsessões de opulência kitsch, que nem o ar livre dissipa: ainda não são sete da manhã e já é um bafo de calor que nos recebe - em poucas horas sentir-nos-emos como que a arder e quando a noite cair caímos com ela como numa sopa. Não esperávamos outra coisa, contudo não esperávamos que fosse assim.

Pelas janelas do autocarro temos a primeira incursão na cidade. Primeiro os esperados arranha-céus, uma floresta de sequóias de betão e rostos espelhados de várias cores (azuis, verdes, rosas...); depois prédios "antigos" (os tais que têm 30 anos, máximo), cor de areia ou rosados, restaurantes e comércio no rés-do-chão. Pelo meio, descobre-se o "Dubai Creek", um braço de água salgada que entra terra adentro e divide a cidade e onde ainda circulam dhows (embarcações tradicionais), Deira e Bur Dubai, leste e oeste as coordenadas básicas nestas paragens que ainda não dominamos; passamos desconcertantes relvados de um verde impossível e flores de cores garridas; vemos um mercado que às 7h30 é uma multidão de homens e as palmeiras não são douradas, mas são omnipresentes.


Dubai rewind

Há algo de esquivo nesta cidade que vive de aparências que, por mais Dubai que já tenhamos nos olhos, só começamos a descortinar quando percorremos o Museu do Dubai. Por isso, fazemos fast forward e já estamos no velho Forte Al Fahidi - de 1799, é considerado o edifício mais antigo da cidade -, em plena "cidade velha", onde o museu apresenta a história da cidade e do emirado de forma muito visual, como tudo aqui. Não é preciso muito tempo para percorrer este forte-museu, cor ocre e dimensões modestas, apesar de ter sido sede do governo e residência dos governantes. No pátio central, caminha-se entre antigos barcos e utensílios de pesca e espreita-se uma casa tradicional, feita de folhas de palmeiras; na penumbra por detrás das pesadas portas de madeira, a primeira exposição é de armas, com adagas e sabres em abundância; contudo, é descendo que se entra na máquina do tempo.

Transitamos pelo velho Dubai como se este estivesse aqui, suspenso nestas salas que recriam um souk e velhos ofícios, a escola e o deserto (acampamento, fauna e flora incluídos), antes de avançarmos em direcção ao mar, com a construção naval, a pesca e a apanha de pérolas e terminarmos a escavar as areias como arqueólogos. No entanto, é na primeira sala, com um apanhado cronológico e muitas fotografias que retratam o ontem e o anteontem - a velocidade com que o Dubai se transforma não se compadece com exposições de museus -, que se sente o verdadeiro impacto desta história de conto de fadas que foi a transformação de um pequeno povoado piscatório na cidade que ambiciona ter o mundo inteiro lá dentro.

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