Fugas - Viagens

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    No spa do Monte Alerta Nelson Garrido

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As noites do Alentejo são tão belas quanto os seus dias

Há guias de viagem, de fauna e flora, livros de História espalhados no barco, onde um toldo protege do sol - quem o prefere tem na popa e na proa bons decks. Florbela Alves e o marido, Carlos Lima, preferem a sombra, ao contrário das filhas gémeas, Márcia e Filipa, 12 anos. Vieram de Paços de Ferreira e já foram ao Menir do Outeiro - equitação e BTT estão nos seus planos de primeira vez no Alqueva. Os lisboetas Carla e Manuel Gaivotas, que vêm com a filha Maria, sete anos, vêm impressionados com a Aldeia da Luz, "não tem alma".

Fernando Crispim também está impressionado com o antes depois, mas as suas referências são outras: há 32 anos que não vinha aqui. Emigrado em Paris, aproveita todos os verões para com a mulher Fernanda "ir conhecendo partes diferentes do país". Este ano, calhou o Alentejo e ele voltou a nadar no que antes era Guadiana, agora Alqueva. "Já não conheço isto", diz; bem tentou, perguntando pela "ponte de caminho-de-ferro". Está submersa.

Chapéu de chuva de estrelas

O antes era uma terra de planuras áridas, dependente das benesses do Guadiana; o agora é um espelho de água de 250 quilómetros quadrados que se tornou num pólo de atracção e que quer ser um grande dinamizador turístico da região. A agricultura perdeu peso, mas o peso da ocupação humana é um legado incalculável. Habitado desde o Neolítico, o Alentejo chegou à actualidade como a região europeia com a maior concentração de monumentos megalíticos - não é incomum os campos verem a sua monotonia quebrada por intrigantes aglomerados de pedras. Há monumentos funerários e outros terão estado ligados ao movimento dos astros, assinalando a passagem dos meses, das estações, do tempo. Atravessaram milénios intocados e o céu que espelhavam teve a mesma fortuna. Porque aqui se consegue manter uma escuridão que se assemelha à desses tempos primitivos em que a luz dos homens não ofuscava a das estrelas.

Esse céu abriu portas para o projecto Reserva Dark Sky Alqueva, no contexto da Agenda para a Sustentabilidade e Competitividade do Turismo Europeu, que começou a ser implantada no Alentejo em 2005. A ideia Dark Sky surgiu mais tarde. Foi um belga que chamou atenção para o potencial que se abria quando o dia se fechava. "Fizemos pesquisas e percebemos que era uma grande temática, com tendência de futuro", recorda Apolónia Rodrigues, "e por isso criámos a marca umbrella". E o que começou como mais uma oferta num segmento de sustentabilidade tornou-se no programa mais visível dessa agenda.

Desde o início, a ideia foi conciliar a observação do céu nocturno com uma componente turística. Para que qualquer um possa usufruir das estrelas independentemente do seu conhecimento e para promover a região. Juntaram-se esforços: a Parceria Terras do Grande Lago Alqueva (promotora) reúne a Rede de Turismo de Aldeia do Alentejo Genuineland (coordenador), a Turismo Terras do Grande Lago Alqueva, a Empresa de Desenvolvimento e Infra-Estruturas do Alqueva e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo (CCDRA); a Associação Portuguesa de Astrónomos Amadores, sobretudo através de Guilherme de Almeida (autor do Roteiro do Céu) e Vítor Quinta, apoia na parte técnica e no entusiasmo (dividido com "não afiliados" como Raúl Lima); os municípios de Alandroal, Barrancos, Moura, Mourão, Portela e Reguengos de Monsaraz comprometeram-se a reduzir a poluição luminosa.

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