Fugas - Viagens

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As noites do Alentejo são tão belas quanto os seus dias

Astro-turismo: percorrer a terra para observar o céu

Não os vemos, mas os astro-turistas andam aí. Há autores que defendem que mesmo desde os tempos mais longínquos já percorriam a terra "para observar o céu de diferentes pontos". Agora o astro-turismo já faz parte dos mil segmentos em que o sector tende em desdobrar-se e serve essa motivação bem específica: "a observação do céu e dos fenómenos celestes", resume Áurea Rodrigues, doutorada e docente universitária na área do Turismo e membro do grupo de trabalho que desenvolveu o projecto Reserva Dark Sky do Alqueva.

Não é uma forma de turismo muito popular em Portugal, ao contrário de países como a Austrália e o Chile, mas tem um mercado potencial de 20 milhões de pessoas. "O Euromonitor [empresa de estudos e informação de mercado] indicou no passado que será um negócio em franca expansão nos próximos anos", nota Áurea Rodrigues, ou não tivesse como "mercado potencial todos os residentes em cidades" [mais de 50% da população mundial], que não têm acesso ao céu estrelado em toda a sua magnitude - o suficiente para despertar a atenção dos promotores do Dark Sky Alqueva.

É que se o "Grande Lago" não tem o exotismo da savana africana, nem a aura da Nova Zelândia (cuja ilha-sul foi declarada reserva Dark Sky, a maior do mundo) ou do Chile e do mítico deserto Atacama, também não padece dos "males" desses locais (a distância, as fracas acessibilidades e o custo) e apresenta o perfil inato de um bom destino de astro-turismo. Entre estas as condições atmosféricas favoráveis, a proximidade de um grande centro urbano (Lisboa) sem que isso afecte o céu, e o facto de ser um destino seguro, com bons acessos, explica Áurea Rodrigues por email.

A essas características acrescenta-se a cooperação entre os intervenientes quanto à importância de o Alqueva se afirmar como um destino de astro-turismo - que se reflecte no esforço de, por exemplo, reduzir os focos de poluição luminosa ("um dos principais desafios", sublinha Áurea Rodrigues, sobretudo porque a reserva atravessa vários municípios) para preservar a qualidade do céu, e de apresentar serviços e infra-estruturas especializados. Ou seja, "vocacionados para receber qualquer tipo de astro-turista, desde aquele que viaja sozinho com o seu próprio equipamento até àquele que vem com a família e que necessita de apoio para ver as estrelas e pretende fazer outras actividades no destino". E até na própria observação nocturna há diferenças, salienta a docente: "quem vê o céu pela primeira vez fica fascinado com a observação da Lua, enquanto os mais experientes procuram outro tipo de fenómenos". Porque se o astro-turismo é eminentemente nocturno, essas actividades noite dentro tornam-se distintivas face a outros destinos rurais, sublinha Áurea Rodrigues.


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Onde Comer

Adega da Vila. Largo Dr. Miguel Bombarda, 8. Portel. Tel.: 266619010. www.refugiodavila.com

BarZeco. Monte dos Estevais, Ancoradouro de Mourão. Tel.: 912353330 / 915369383.

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