Fugas - Viagens

  • Marraquexe, Praça Jemaa el-Fnaa, um espelho das cores e vida de todo o país
    Marraquexe, Praça Jemaa el-Fnaa, um espelho das cores e vida de todo o país Sérgio Azenha
  • Tânger, a nossa primeira paragem: na “rua dos alfaiates”, os homens posam para a fotografia sem parar o trabalho
    Tânger, a nossa primeira paragem: na “rua dos alfaiates”, os homens posam para a fotografia sem parar o trabalho Sérgio Azenha
  • Pequena mercearia na medina de Tânger
    Pequena mercearia na medina de Tânger Sérgio Azenha
  • Os aromas das especiarias marcam um passeio pelas ruas de qualquer medina marroquina
    Os aromas das especiarias marcam um passeio pelas ruas de qualquer medina marroquina Sérgio Azenha
  • Na zona histórica de Chefchaouen, o azul marca a paisagem
    Na zona histórica de Chefchaouen, o azul marca a paisagem Sérgio Azenha
  • Pelas estreitas e íngremes ruas vêem-se crianças que, acabadinhas de sair da escola, andam em missões domésticas
    Pelas estreitas e íngremes ruas vêem-se crianças que, acabadinhas de sair da escola, andam em missões domésticas Sérgio Azenha
  • Chefchaouen, duas mulheres passeiam pelas ruas
    Chefchaouen, duas mulheres passeiam pelas ruas Sérgio Azenha
  • Em qualquer parte de Marrocos, os (muitos) gatos mostram-se afáveis
    Em qualquer parte de Marrocos, os (muitos) gatos mostram-se afáveis Sérgio Azenha
  • Uma criança a chegar a casa depois da escola. Em Chefchaouen
    Uma criança a chegar a casa depois da escola. Em Chefchaouen Sérgio Azenha
  • Chefchaouen
    Chefchaouen Sérgio Azenha
  • Além do azul, as flores animam o rendilhado de ruas
    Além do azul, as flores animam o rendilhado de ruas Sérgio Azenha
  • Chefchaouen
    Chefchaouen Sérgio Azenha
  • Fez, portas do Palácio Real
    Fez, portas do Palácio Real Sérgio Azenha
  • Fez, portas do Palácio Real (detalhe)
    Fez, portas do Palácio Real (detalhe) Sérgio Azenha
  • Compras no souk de Fez
    Compras no souk de Fez Sérgio Azenha
  • Na medina de Fez, o trânsito automóvel é substituído por trânsito de burros e mulas
    Na medina de Fez, o trânsito automóvel é substituído por trânsito de burros e mulas Sérgio Azenha
  • A maioria das mesquitas está vedada a turistas (apenas entram muçulmanos)
    A maioria das mesquitas está vedada a turistas (apenas entram muçulmanos) Sérgio Azenha
  • Idriss, o guia em Fez, guia o grupo por um verdadeiro labirinto
    Idriss, o guia em Fez, guia o grupo por um verdadeiro labirinto Sérgio Azenha
  • A zona dos curtumes é uma das visitas imperdíveis em Fez
    A zona dos curtumes é uma das visitas imperdíveis em Fez Sérgio Azenha
  • Numa espécie de colmeia em pedra, as peles são tratadas e tingidas
    Numa espécie de colmeia em pedra, as peles são tratadas e tingidas Sérgio Azenha
  • Enquanto em alguns poços se tingem as peles de cores garridas, noutras estas são caiadas
    Enquanto em alguns poços se tingem as peles de cores garridas, noutras estas são caiadas Sérgio Azenha
  • Vista sobre Fez
    Vista sobre Fez Sérgio Azenha
  • A caminho de Marraquexe
    A caminho de Marraquexe Sérgio Azenha
  • Vista sobre Azrou
    Vista sobre Azrou Sérgio Azenha
  • Marraquexe
    Marraquexe Sérgio Azenha
  • Marraquexe: pelas paredes são distribuídos os espaços para a propaganda eleitoral
    Marraquexe: pelas paredes são distribuídos os espaços para a propaganda eleitoral Sérgio Azenha
  • Marraquexe
    Marraquexe Sérgio Azenha
  • Os bazares invadem as ruas pela medina de Marraquexe
    Os bazares invadem as ruas pela medina de Marraquexe Sérgio Azenha
  • “Se virem dois homens de mão dada não estranhem”, dir-nos-ia um dos guias marroquinos
    “Se virem dois homens de mão dada não estranhem”, dir-nos-ia um dos guias marroquinos Sérgio Azenha
  • Há bancas que vendem sumo de laranja, caracóis e restaurantes com menus para todos os gostos
    Há bancas que vendem sumo de laranja, caracóis e restaurantes com menus para todos os gostos Sérgio Azenha
  • Um dos sobrelotados restaurantes da Praça Jemaa el-Fnaa
    Um dos sobrelotados restaurantes da Praça Jemaa el-Fnaa Sérgio Azenha

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Seguindo as cores de Marrocos

Antes de percorrermos a bem conservada Kasbah, um bairro amuralhado do século XII, com vista panorâmica sobre a cidade, ou de nos perdermos pelo souk (mercado), onde nos haverão de explicar os benefícios das especiarias, há dois sítios que não podem deixar de ser visitados. O primeiro, o cabo Espartel, do qual se vislumbra a costa espanhola por entre a bruma; o segundo, as míticas Grutas de Hércules.

Em qualquer um destes sítios há, naturalmente, estaminés improvisados cheios de souvenirs, o que lhes retira um pouco da sua magia. E, no cabo Espartel, junto ao ponto onde o nervo do Atlântico se deixa definhar ante a quietude do Mediterrâneo, a atenção é roubada por dois rapazes que tentam fazer negócio com os dois pequenos burros que os acompanham: uma fotografia em troco de alguns dirham.

Já pelo interior das grutas, que mais parecem umas quaisquer galerias comerciais urbanas, há comerciantes com ar verdadeiramente oficial. Mas vale a pena abstrairmo-nos das pedras preciosas, da cerâmica, dos bules, dos imãs para o frigorífico. Enfim, de toda a quinquilharia e marroquinaria. E deixarmo-nos levar. Primeiro, pela beleza. Sobretudo se se visitar a gruta ao pôr-do-sol e se se tiver a sorte de a maré estar baixa. Depois, para observar o recorte quase perfeito de um mapa de África de pernas para o ar. Por fim, para tentar compreender a lenda que diz que foi o próprio Hércules que esculpiu estas grutas para descansar após cumpridos os 12 trabalhos e depois de ter dividido o estreito de Gibraltar em dois, formando assim dois continentes.

Alfama em Marrocos

Depois de uma incursão pelos arredores da cidade, a proposta é, claro, uma imersão na zona histórica. É então que se volta a saborear um pouco de Lisboa. É que, seja na amistosa medina de Tânger, na completamente labiríntica e claustrofóbica medina de Fez ou na agressiva e ao mesmo tempo irresistível medina de Marraquexe, há sempre alguma coisa nestas que me coloca no centro de Alfama. Pelo facto de o nome do bairro lisboeta derivar do árabe, mas também pelas ruas estreitas, pelas escadinhas íngremes, pela forma como os ambientes domésticos se estendem até à rua. Quer na área comercial, onde os turistas (e respectivo dinheiro) são muito bem-vindos, quer na residencial, pela qual, desde que haja alguma orientação ou guia, se pode entrar um bocadinho mais na intimidade dos residentes. São mulheres à conversa de porta para porta, rapazes a jogar à bola, gente a regressar do trabalho ou a caminho das suas orações após soar aquele chamamento que, desde o primeiro dia, passou a fazer parte do nosso quotidiano. Cinco vezes ao dia, os altifalantes das mesquitas entoam "Allah hu Akbar" (i.e., "Deus é grande") e, qual formigas em carreiro, vêem-se centenas de pessoas a recolherem-se em oração.

Mas nem todos. Ainda em Tânger, depois de passarmos pelas bancas de peixe (sempre muito frequentadas por gatos que vão saboreando as entranhas que salpicam o chão), por lojas cheias de quinquilharia ou por vendedores ambulantes que nos aconselham a ignorar, acabamos numa ervanária, a El Kenfagui, onde quem nos recebe, com um português carregadinho de erres e de "ches", opta por continuar a trabalhar e deixar a oração para mais tarde ("O trabalho é uma forma de rezar", dir-nos-ia mais tarde Idriss, o nosso guia em Fez).

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