Num completo contra-senso, nesta "assembleia dos mortos", a tradução literal do nome da praça, a vida parece fervilhar: há cobras e macacos amestrados, charretes puxadas por cavalos, grupos de música tradicional, danças e até lutas para as quais não faltam nem candidatos nem apostas. Depois há artesanato tradicional, enormes bancas coloridas com doces e frutas e, claro, os vários restaurantes frequentados por turistas, mas sobretudo por marroquinos. Acabamos por ficar num que, com mesas corridas, reúne turistas e marroquinos. A esplanada 55 convenceu-nos com as entradas (pão, azeitonas e molhos) gratuitas para dois (o grupo era de seis) e bebidas para todos. Seguiu-se um festim: espetadas, tagine de legumes, couscous merguez, berigelas braseadas, calamares, batatas fritas. E, no fim, não se escusou ao prometido, apresentando a conta certinha e oferecendo um "whisky marroquino". Chá, claro. Afinal, é sempre o chá que dá um final feliz a tudo o que se passa em Marrocos.
GUIA PRÁTICO
Como ir
Para seguir viagem em carro próprio, o melhor será aproveitar a ligação de ferry para Tânger a partir de Tarifa, Espanha. A viagem de ida e volta, para um passageiro com um ligeiro de passageiros, custa desde 200€.
De avião, a Royal Air Maroc voa de Lisboa para Tânger com escala em Casablanca (voos desde 350€ i/v) e a TAP passará a ligar Lisboa àquela cidade marroquina a partir de 28 de Outubro (desde 250€ i/v).
Para seguir viagem é necessário passaporte válido e à entrada, assim como em qualquer hotel onde se aloje, é pedido o preenchimento de uma ficha: de onde se vem, para onde se vai, profissão (neste último campo o melhor é descomplicar e pôr uma profissão que não suscite dúvidas, tais como comerciante, empresário ou mesmo jornalista).
Onde comer
Em qualquer hotel a refeição pode adquirir um toque de festim. Como no caso do Hotel El Menzah, com direito a música ao vivo e a danças do ventre. E, em qualquer sítio onde se vá, os couscous e as tagines (de vaca, de frango, de borrego...) estão sempre na ordem do dia. Assim como água (sempre engarrafada) e chá. As bebidas alcoólicas são cada vez mais fáceis de encontrar nos sítios com maior turismo, quer em restaurantes quer em hotéis.
Comer pela rua é económico e seguro desde que a refeição não inclua alimentos crus (como saladas) ou água sem ter sido fervida. Ainda assim, os condimentos fortes podem ser motivo de desarranjos. Por isso, entre a bagagem é de levar algo para o enjoo assim como para a diarreia.
Onde ficar
Tânger
Hotel El Menzah. Rue de la Liberté, 85. Tel.: +212 539 333 444. E-mail: infos@elminzah.com ou reservation@elminzah.com
Um hotel de charme em cujo currículo constam nomes como Rita Hayworth ou Jacques Cousteau. No seu interior, um pátio a céu aberto faz as delícias dos hóspedes. O serviço é prestável e eficiente. Um quarto reserva-se desde 100€.
Chefchaouen
Hotel Parador. Place El Makhzin. Tel.: +212 399 861 36
Não dormimos neste hotel, apenas almoçámos. No entanto, a simpatia, o atendimento prestável e a belíssima vista panorâmica para o Rif colocam o espaço entre os a considerar para uma noite em Chefchaouen.