Fugas - Viagens

  • Carla B. Ribeiro
  • Miguel Madeira
  • Miguel Madeira
  • Miguel Madeira
  • Miguel Madeira
  • Miguel Madeira
  • Miguel Madeira
  • Miguel Madeira
  • Carla B. Ribeiro
  • Carla B. Ribeiro
  • Carla B. Ribeiro
  • Carla B. Ribeiro
  • Carla B. Ribeiro
  • Carla B. Ribeiro
  • Carla B. Ribeiro

Continuação: página 2 de 9

Las Vegas e Vale da Morte, as duas caras do deserto americano

No The Venetian reproduzem-se os canais venezianos sem que faltem gôndolas ou gondoleiros vestidos a preceito (e que até cantam – mal, sublinhe-se – o tema O sole mio), pontes românticas, cenários diurnos e nocturnos da cidade italiana, candeeiros de rua em ferro forjado. À frente, no Mirage, um vulcão artificial simula uma erupção a cada meia hora, entre as 18h e as 23h. Ao som de uma banda sonora dramática q.b., é lançado fogo para todos os lados e a rua inteira parece paralisar para apreciar o espectáculo gratuito.

É possível ainda ir ver os gigantescos repuxos de água ao Bellagio, onde, de 15 em 15 minutos, centenas de pessoas se juntam. Já os leões que marcavam o dia-a-dia do MGM tiveram direito à reforma e agora podem ser vistos num rancho perto da cidade. Contava-nos o nosso taxista no último dia, um imigrante etíope a viver em Las Vegas há quatro anos (“e sem intenção de voltar a não ser para visita”), que o espectáculo dos leões foi cancelado após um dramático incidente com o tratador. No entanto, várias pesquisas não devolveram quaisquer resultados que indicassem o macabro desfecho e preferimos imaginar a bondade de simplesmente decidir proporcionar uma vida mais tranquila aos animais.

Oásis no deserto

Las Vegas pode ser comparada a uma ilha rodeada de areia, terra e calhaus por todos os lados. Melhor: um oásis de luz e vida no meio do deserto. É a mesma sensação da chegada de avião que volto a ter no alto da Stratosphere que, localizada na parte norte da Strip, é considerada a torre de observação mais alta do país, com um total de 350m.

Entramos pelo gigantesco casino quando faltam minutos para o encerramento da bilheteira que vende os acessos ao piso onde se situa o panorâmico terraço. O tempo que falta para o fim das visitas é tão pouco que a rapariga que se senta atrás do balcão não resiste a dar uma ajuda. Afinal, entre sairmos para o terraço, ver a vista e ouvir o anúncio que o varandim vai fechar não devem ter passado mais de cinco minutos. Por isso, dá as dicas e, em vez de nos vender os bilhetes de 18 dólares por pessoa, ensina-nos a lá chegar: “Apanham ali o elevador – dizem que querem ir ao 107 Lounge; aí há outro que os levará ao miradouro.”

Deliciados pela perspectiva de ainda podermos espreitar a vista, e experimentando uma leve sensação de traquinice por estarmos a fazê-lo a custo zero, damos por nós numa viagem-relâmpago de elevador que em menos de um minuto nos leva ao nosso destino: “Estão a sentir-se bem?”, pergunta sorridente o rapaz que tem à sua responsabilidade os botões do elevador.

A subida é tão rápida que é impossível deixar de sentir uma estranha sensação de vertigens. Porém, esta torre, onde se encontram quatro divertimentos radicais em altura, não foi feita para medrosos. Uma daquelas atracções, por exemplo, dispara, literalmente, os corajosos visitantes para o vazio. E se se quiser perceber do que se está a falar basta ir ver o Last Vegas, filme que, estando entre as opções do sistema de info-entretenimento da British, acabaria por agradavelmente retardar o regresso – críticas à sua realização ou à originalidade do argumento à parte.

--%>