Uma rede marca uma divisão no recinto — do lado de lá, sobrevivem o convento de Santa Creu, agora banco de sangue, os antigos refeitórios e a farmácia, edifícios não modernistas: o tijolo continua a desenhá-los, mas as fachadas severas e monocromáticas assinalam a ruptura. Fica para o final o edifício da administração, a jóia da coroa, o que vemos da rua quase como um altar colossal na sua forma, servido por uma escadaria monumental. Maciço e leve pela quantidade de vidro que o trespassa, ornamentação exponenciada ao máximo, prenhe de simbolismo. No interior, podemos imaginar um palácio, pavimentado a mármore, rasgado por vitrais, seguro por colunas que se abrem em abóbadas múltiplas, coroado por cúpulas.
Em linha recta deste edifício principal vemos a obra “infindável” do modernismo barcelonês que é a Sagrada Família. Uma caminhada de 10 minutos leva-nos até ela e às multidões que a rodeiam e fazem fila para entrar. No Parque Güell, outro relance do maravilhoso mundo de Gaudí, novamente hordas de visitantes. Mas a Barcelona modernista não se esgota neste e noutros poucos ícones arquitectónicos — mais de cem arquitectos, muitos deles anónimos, deixaram a sua marca na cidade, que acarinha este património com a oferta de várias rotas modernistas a abranger as suas várias declinações. Mas não é preciso seguir nenhuma delas para tropeçar com exemplos modernistas na cidade, basta termos disponibilidade para olhar e descobrimos mais uma fachada que nos deslumbra. Não um monumento, um palácio ou uma igreja: edifícios residenciais e comerciais que nos surpreendem a cada passo. Não importa quantas vezes já calcorreamos essas ruas e avenidas.
GUIA PRÁTICO
Como ir
A TAP tem vários voos diários para Barcelona, com saídas de Lisboa (desde 210€) e Porto (desde 190€). A Vueling faz dois voos diários a partir de Lisboa (desde 170€) e três voos semanais para a partir do Porto (desde 140€). A Ryanair tem dois voos diários com saída do Porto (78€).
(As simulações foram feitas para os mesmos dias, 8 e 15 de Setembro)
Onde comer
Não faltam opções para comer em Barcelona, desde as simples tapas à alta cozinha, passando por todo o mundo. O ideal é manter-se afastado das artérias mais turísticas, onde os preços são inflacionados e a qualidade nem sempre a melhor. A Gracìa tem uma boa concentração de restaurantes do mundo, a Barceloneta de marisqueiras, por exemplo.
Onde dormir
Os hotéis em Barcelona não são baratos, por isso não espere encontrar muitas opções por menos de 100€ por noite (duas pessoas). As opções mais económicas são os hostels e os apartamentos. O ideal é encontrar o equilíbrio entre a localização e o preço, uma vez que, sendo Barcelona uma cidade relativamente pequena, é possível caminhar entre grande parte das atracções turísticas poupando dinheiro (e stress) com transportes. As zonas da cidade velha e do Eixample (mais próximo da Praça de Catalunha) são, portanto, neste sentido, as melhores apostas.