Fugas - Viagens

  • Nelson Garrido
  • Lukas aguarda-nos junto a Markethalle 9, no distrito de Kreuzberg
    Lukas aguarda-nos junto a Markethalle 9, no distrito de Kreuzberg Nelson Garrido
  • O antigo Mercado,
nascido em 1891, renasceu
como uma espécie de praça de
alimentação gigante
    O antigo Mercado, nascido em 1891, renasceu como uma espécie de praça de alimentação gigante Nelson Garrido
  • Nelson Garrido
  • Nelson Garrido
  • Maria Gürtler cresceu na antiga Berlim
Leste e é para aí, para um antigo parque da
sua infância, que nos leva
    Maria Gürtler cresceu na antiga Berlim Leste e é para aí, para um antigo parque da sua infância, que nos leva Nelson Garrido
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  • Maria Gürtler
    Maria Gürtler Nelson Garrido
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  • Magnus Hedman, filho de suecos, quer mostrar, entre outras coisas, a feira de velharias da Boxhagener Platz,
    Magnus Hedman, filho de suecos, quer mostrar, entre outras coisas, a feira de velharias da Boxhagener Platz, Nelson Garrido
  • Memorial de Guerra Soviético no Treptower Park
    Memorial de Guerra Soviético no Treptower Park Nelson Garrido
  • Nelson Garrido

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Berlim não tem Muro há 25 anos. Ou tem?

Depois, sorri de novo e explica que sabe muito sobre o monumento por causa de uma bebedeira. Ou melhor, de várias bebedeiras. Ele e os amigos têm um jogo, explica. Embarcam no Ringbahn, o Anel Ferroviário de Berlim, e cada um tem de escolher um local ao longo da linha e aprender tudo sobre ela, para explicar aos amigos. Enquanto isso, vão bebendo, bebendo sempre. Ele escolheu o memorial e, por isso, estudou-o. É por isso que agora é capaz de apontar para a estátua gigantesca de um soldado, sobre a entrada da cripta, e dizer: “Pesa 30 toneladas. Não sei como o trouxeram para aqui, foi feito no Noroeste da Alemanha”.

Seguimos a pé. Atravessamos o parque e aproximamo-nos do Spree. “Estamos a caminhar pela terra de ninguém. Isto aqui é uma torre de vigia abandonada”, diz Magnus, apontado uma espécie de bunker de cimento, feio e graffitado. É o antigo posto de comando de Schlesischer Busch, que fica no Parque Schlesischer – menos recomendável do que o anterior explica Magnus. “Se fosse antes da queda do Muro e andássemos a caminhar por aqui, provavelmente, estaríamos mortos”, avisa.

Estamos nas imediações do local onde Lukas nos levara, na marginal fluvial, mas do outro lado do rio. Vemos os edifícios da MTV e da Universal, mas também verdadeiros acampamentos sem quaisquer condições, onde mora gente. Magnus leva-nos a espreitar os bares flutuantes do canal de Flutbgraben, onde se está bem no Verão, a ver o pôr-do-sol, mas ainda não é ali que quer parar para beber uma cerveja e apreciar o final do dia. Atravessamos para Berlim Oeste. Passamos de novo junto à Oberbaumbrücke, “a ponte mais bonita de Berlim”, para Magnus.

O dia, contudo, não termina aqui. Há mais um sítio da sua Berlim que Magnus nos quer mostrar. De novo a bordo dos transportes públicos, seguimos até à estação de Kottbusser Tor e depois continuamos a pé, atravessando um bairro habitado por muitos imigrantes. Chegamos à Admiralsbrücke. Estamos, de novo, em Kreuzberg. Ali ao pé, vendem-se várias marcas de cerveja, é só comprar, levar a garrafa até à ponte e escolher um sítio para se sentar.

O sol ainda não se pôs, por isso a ponte está sossegada, mas à noite, os jovens invadem-na, transformando-a num salão de festas ao ar livre. A Berlim de Magnus termina aqui. A sua permanência na cidade não deve terminar tão cedo. “Berlim é a cidade da festa. Há muita droga e vidas menos felizes, mas há muitas coisas boas”, diz, a garrafa de cerveja a bailar-lhe nos dedos.

Guia prático

Como ir
Há voos de Lisboa e do Porto directamente para Berlim, da TAP e de companhias low-cost, por isso, o melhor, é planear a viagem com antecedência, para conseguir tarifas mais baixas. Se pensasse em viajar já no próximo fim-de-semana, por exemplo, ainda conseguia voos de ida a volta a partir de 157 euros, à saída de Lisboa, e a partir dos 221 euros, a partir do Porto.

Onde comer
Markethalle 9, Eisenbahnstrasse 42
Vá ao Markethalle 9 e, se tiver apetite para tanto, experimente massas a sanduíches, vinhos e peixe fresco, queijos, doces e sumos naturais. Pode sentar-se lá mesmo ou levar uma série de coisas boas consigo. O mercado está aberto de segunda-feira a sábado entre as 10h e as 18h. Às quintas-feiras, o horário estende-se até às 22h, com o espaço a transformar-se, a partir das 17h e até ao fecho num mercado de comida de rua.

Marafina, Wühlischstrasse 17
Identificado como uma casa de comida rápida árabe e africana, no Marafina pode comer várias delícias por menos de sete euros e quanto à bebida, faça o favor de se servir e tirar o que quer da arca refrigeradora ao pé do cozinheiro.

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