Fugas - Viagens

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A Cuba das jóias patrimoniais e das "majestosas montanhas verdes"

Se Trinidad é assim hoje é porque no século XVIII se descobriu “ouro” em forma de cana do açúcar, desenvolvendo-se uma florescente indústria. Herança que chegou até hoje no Valle de los Ingenios, onde até ao final do século XIX funcionaram 55 engenhos de açúcar, tendo por aqui passado 30 mil escravos. Está às portas de Trinidad a melhor vista sobre ele – que na verdade são três – um miradouro (com restaurante) onde o olhar chega até ao mar de um lado e mergulha nos verdes mil do vale do outro. Há algo de nostálgico na paisagem abandonada, coroada por palmeiras reais.

Do miradouro seguimos para Manaca Iznaga entre paisagem rural profunda, com casas esparsas. A aldeia é a antecâmara do ingenio Manaca Iznaga, que preserva a casa principal (museu e restaurante), as barracas dos escravos e moinhos de cana. Singular é a torre que com os 45 metros é a mais alta da região açucareira da América e Caraíbas e de onde os donos e capatazes vigiavam todos os trabalhos. Agora, lá do alto, vê-se abandono – ou turismo: aos pés uma série de mulheres vestidas de branco vendem artesanato, sobretudo linhos bordados.

GUIA PRÁTICO

Onde Ficar

Hotel Moka
Km 51 da autoestrada para Pinar del Río
Comunidade Las Terrazas
www.hotelmoka-lasterrazas.com

Hotel Horizontes Villa Soroa
Candelaria, Soroa
Tel.: (+53) 5 3853861


Onde comer

Ranchón del Salto
Soroa

 

A Oeste  a revolução  é verde

O riso é geral na praça central de Las Terrazas – na verdade, a única praça de Las Terrazas. Em nosso redor desenvolve-se o centro desta aldeia que aqui se vê cidade em miniatura, com centro médico, biblioteca, cinema, café, discoteca, lojas de artesanato, mas nós estamos agora a rodear a grande árvore, tronco largo e alto, ramagem farta, a que chamam “do turista”, “põe-se vermelha e descasca-se”. É um almácigo, explica o guia. Se nos tivéssemos aventurado floresta adentro teríamos visto mais, quem sabe teríamos até visto o pássaro mais pequeno do mundo, o zunzuncito, como é aqui conhecido. Mas a nossa visita é curta e as caminhadas poucas. Ironia, porque neste canto a menos de 80 quilómetros de Havana o que se pede não são tergiversões, mas imersões: é terreno Reserva da Biosfera desde 1985, a primeira em Cuba. E este é também o destino primeiro do ecoturismo cubano, que tem em Las Terrazas a sua plataforma giratória.

Não é um rumo turístico (ainda) habitual o Oeste de Cuba, que desemboca em Pinar del Río, onde, diz-se, se cultiva o melhor tabaco do mundo. Nós ficamos a meio caminho entre Havana e a origem dos puros, em pleno território guajiro. A província agora é Artemisa, há quatro anos era ainda a Província de Havana, entretanto dividida em duas. Da capital a Las Terrazas o caminho dura menos de uma hora pela autoestrada Este-Oeste (autoestrada mas não demasiado: cruzamo-nos com carroças puxadas a cavalo) que rompe um cenário de planícies verdes que começam a aninhar-se em pequenos vales à medida que nos afastamos, enquanto as casas vão perdendo pose, tornam-se escassas até que desaparecem do cenário.

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