Fugas - Viagens

  • Adriano Miranda
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A cidade que nunca dorme afinal é aqui

Alguns quilómetros abaixo, na zona do porto — que agora serve sobretudo cruzeiros e embarcações de recreio —, os restaurantes também se transformam em bares a partir das 22h, mas a música, embora ao vivo, é outra. Tal como é outra no Kasa, a cave fumarenta e aparentemente só para locais onde depois de um jantar finalmente não-carnívoro num dos restaurantes (que obviamente também é bar!) mais hipster da cidade, o Diagonala, acabamos a última noite a imaginar, muitos copos de rakija depois, que talvez estas canções entoadas ao desafio por homens de todas as idades também sejam de amor.

Em três noites, acabámos por não ir a nenhum dos mais lendários clubes de Belgrado — e por nem sequer ir espreitar o terraço do Basta, mais do que uma vez recomendado já não sabemos bem por quem. "Há demasiados bares em Belgrado, mas a verdade é que estão sempre todos cheios", diz Simonida. Há demasiados bares em Belgrado mas já estão todos fechados quando saímos do Kasa — a não ser um que os taxistas dizem ainda estar aberto, mas que depois de várias tentativas e erros não conseguimos encontrar.

São praticamente 6h da manhã em Belgrado e há um bar aberto — não há música mas serve folhados e pizzas e fica mesmo em frente ao hotel. Dormir não é uma opção. Para isso ficávamos em casa.

 

GUIA PRÁTICO

Quando ir
O Verão pode ser glorioso em Belgrado: é a época alta dos banhos de água doce (com ou sem biquíni) em Ada Ciganlija, a ilha artificial no Sava onde Belgrado, que ainda não se refez de ter perdido o Adriático com a desintegração da Jugoslávia, faz de conta que tem mar. É de facto uma praia para ninguém pôr defeito, equipada com tudo aquilo a que uma verdadeira praia tem direito — incluindo muitas gaivotas para pedalar, decks de cimento e espreguiçadeiras de lona para torrar ao sol, dezenas de bancas de gelados e, cereja no topo de bolo, uma bandeira azul —, mas há um preço a pagar e é mais alto no Verão: em Julho e Agosto, Ada Ciganlija chega a receber mais de 150 mil visitantes por dia. Já em Setembro, quando lá fomos molhar os pés, as espreguiçadeiras eram todas nossas (ok, e também de uns quantos reformados bastante bronzeados) e a água continuava de mergulhar e chorar por mais. É a primeira razão de força maior para que, na hora de opinar sobre a altura ideal para visitar Belgrado, votemos no Outono, mas há outras: é a altura em que volta a ser possível invejar a maneira como os belgradinos, de regresso a casa depois de umas férias numa praia a sério da Grécia ou do Montenegro, fumam e falam da vida furiosamente nas suas esplanadas, em que os bares flutuantes do Danúbio ainda não hibernaram para escapar ao frio e aos nevões do Inverno e em que os teatros reabriram para receber acontecimentos como o Beogradski Jazz Festival, que este ano decorre de 24 a 28 deste mês. É possível que, indo nessa altura, o turista acidental português se sinta inusitadamente em casa: Júlio Resende e Maria João encerram, com o espectáculo Fado and Further, a 29.ª edição do festival (e ainda há Vijay Iver, pelo qual várias mãos se têm posto no fogo sem se queimar, provando que talvez seja mesmo o melhor pianista de jazz da actualidade).

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