Fugas - Viagens

  • Adriano Miranda
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Continuação: página 9 de 9

A cidade que nunca dorme afinal é aqui

É uma história esquecida, pelo menos para quem já nasceu numa altura em que dizer Jugoslávia era o mesmo que dizer Tito, mas o projecto material de uma federação dos eslavos do Sul é mais antigo do que isso: começa exactamente em 1918 como Reino dos Sérvios, Croatas e Eslovenos (a designação Reino da Jugoslávia só seria adoptada 11 anos mais tarde).

E é assim que, directamente saídos do memorial de Tito, a Casa das Flores, recuamos ainda mais para trás no tempo até outro mausoléu, onde estão enterrados os reis da dinastia Karadjordjevic, descendentes directos do grande herói da luta contra a ocupação otomana. Karadjordjevic, que liderou o Primeiro Levantamento Sérvio (1804-1813) à frente de um exército não-profissional de camponeses, também dorme aqui, na Igreja de S. Jorge, centro de um complexo que inclui ainda a residência modesta onde viveu o seu neto Pedro I (rei entre 1903-1921) e, mais abaixo, o Museu do Levantamento.

Ao longo do século XIX, a sua casa alternou no trono da Sérvia com outra, fundada pelo seu braço-direito e mais tarde assassino Milos Obrenovic – mas durante a primeira metade do século XX, a primeira metade da Jugoslávia, os Karadjordjevic mantiveram-se no poder, apesar das guerras (as balcânicas e as mundiais) e das vicissitudes.

Ainda hoje continuam na Sérvia – o príncipe herdeiro Alexandre, pretendente ao trono, vive em Belgrado desde 2001, defendendo activamente a transição da actual república para uma monarquia constitucional de tipo parlamentar.

Em Topola, porém, não é disso que se trata – antes do orgulho dos sérvios na proeza que é terem fundado a sua própria dinastia, quando todos os países vizinhos tiveram a mandar neles dinastias estrangeiras. O mausoléu em estilo sérvio-bizantino, todo em mármore branco por fora e em mosaico por dentro (60 artistas recrutados no país e na Rússia percorreram os mosteiros medievais sérvios para reproduzir em Topola os mosaicos mais impressionantes), é o sítio onde a Sérvia se festeja como nação independente e ao mesmo tempo faz o luto pelos seus mortos: apenas um dia depois da conclusão da Igreja de S. Jorge, o rei Pedro I foi combater pessoalmente na primeira guerra balcânica (1912-1913), em que milhares de homens perderam a vida.

A história conta-se, em parte, na pequena casa onde viveu, mesmo em frente ao mausoléu, com a ajuda de documentos históricos como a declaração de guerra da Áustria-Hungria em 1914, os diários de guerra do próprio monarca e um ícone da Última Ceia em madrepérola que Hermann Göring terá mandado pessoalmente confiscar.

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A Fugas viajou a convite da TAP e do Turismo da Sérvia

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