Brasil
O Brasil sempre foi uma atracção quase irresistível para Portugal e é-o cada vez mais para todo o mundo, bem o sabemos. Mas em 2014 é incontornável, ou não fosse o maior país da América do Sul o anfitrião do maior evento desportivo do ano. Sim, o Campeonato Mundial de Futebol colocou o Brasil no topo de todos os tops de destinos do ano e sabemos que daqui não sairá pelo menos até 2016, o ano dos Jogos Olímpicos. Se o mundial é o pretexto, os portugueses já sabem onde deveriam ter o poiso mais constante: Campinas, no interior do estado de São Paulo, a sede da selecção nacional, que daqui viajará, pelo menos, para Salvador da Bahia, Manaus e Brasília — se passar a fase dos grupos, o périplo alarga-se.
Por enquanto começamos por Salvador, na Bahia, “estação primeira do Brasil”, como canta um dos mais famosos baianos, Caetano Veloso: apresenta-se como a mais alegre cidade brasileira e não desilude, no seu encanto colonial, no seu sincretismo religioso, na sua música contagiante, na sua gastronomia farta. Um salto (longo, é verdade) ao interior baiano desvenda a Chapada Diamantina, região serrana plena de maravilhas naturais — incluindo mãos-cheias de “cachoeiras” cristalinas.
Seguimos para Norte, até Manaus, capital do estado da Amazónia. Já foi conhecida como a “Paris dos trópicos”, resultado da febre da borracha que no virar do século XIX para o XX fizeram a cidade fundada pelos portugueses no século XVII atingir o seu apogeu. O seu declínio foi sol de pouca dura e a criação da zona franca deu novo fôlego à cidade que vê correr o rio Amazonas depois da união dos rios Solimões e Negro. E, conquistada que foi Manaus à floresta tropical, esta nunca está longe — um dia pode começar na natureza e acabar no famoso Teatro Amazonas.
Terminamos em Brasília, a capital brasileira e utopia feita realidade de Oscar Niemeyer. Criada do zero no Planalto Central, coração do país-continente, a cidade património mundial é um paradigma do urbanismo do século XX. E não deixa de surpreender os visitantes não só pela sua arquitectura grandiosa como pela qualidade de vida — tudo aqui foi feito para a proporcionar e a vida que cruza as enormes avenidas e bairros escrupulosamente desenhados deixam perceber que o objectivo foi conseguido.
mais Fugas | Brasil
Escócia
Na Escócia, 2014 promete ser um sem fim de eventos que até pode terminar com um novo país, independente do Reino Unido. Setembro será o mês da grande decisão: independência ou não. Mas, até lá, este pequeno país vai mostrar a sua raça, indomável e orgulhosa, acolhedora e relaxada. O acontecimento mais simbólico neste sentido será, indubitavelmente, o Year of the Homecoming, o “ano do regresso a casa”, com o qual o governo escocês pretende homenagear as suas gerações de emigrantes promovendo uma redescoberta das raízes. A Escócia, do Sul às Terras Altas, vai ser assim um palco-casa imenso para a diáspora escocesa que volta à pátria-mãe, qual bom filho que à casa torna, para celebrar a sua herança e tradições, desde os desportos mais arreigadamente locais, como o arremesso do tronco, à música e dança, passando pela gastronomia peculiar (imaginamos que o haggis seja prato indispensável à mesa) e a bebida universal (o whisky não deverá faltar nas celebrações) e local (as cervejas artesanais são uma afirmação regional) — slainté!, portanto.
Este vai ser também o ano em que Glasgow irá fazer mais sombra a Edimburgo. Ao anual Fringe Festival, que é motivo de romaria à capital em Agosto, Glasgow vai responder com os XX Commonwealth Games, que no Verão serão um íman para os fãs de desporto. Para receber as multidões que vêm de todos os cantos do antigo império britânico, a cidade veste-se de novo. Um investimento de muitos milhões não só construiu novos recintos desportivos, como melhorou a rede dos transportes e, não menos importante, reabilitou a zona do porto.