Fugas - Viagens

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Noruega: Dentro da paisagem e sem querermos sair dela

Andamos por ali, de cabeça no ar, a apreciar cores e texturas, enquanto a chuva continua a cair, mas quando saímos, ela já é (quase) só uma lembrança.

Seguimos até à zona do cais e, aproveitando a dica da guia da câmara, que nos dissera que a visita ao Centro do Prémio Nobel da Paz era gratuita ao domingo de manhã, encaminhamo-nos para lá. A exposição, assente, em grande parte, em suporte digital, pode ser vista com a rapidez que se desejar — se quer saber tudo sobre um determinado laureado há-de encontrar a informação nos vários ecrãs disponíveis; se quer apenas percorrer a sala escura, com pequenos dispositivos electrónicos, instalados no topo de cabos (quase parece um jardim de flores electrónicas), em que cada um é dedicado a um Nobel da Paz, a visita fica mais curta. 

Depois de um almoço rápido, é tempo de espreitar um dos locais mais emblemáticos e antigos da capital norueguesa, o Castelo e a Fortaleza de Akershus. O complexo é vasto e alberga museus, áreas militares e o antigo castelo medieval, com os seus constantes acrescentos ao longo do século. Está a decorrer um festival de música clássica numa das salas do castelo e, no interior da muralha, numa banca da organização, vendem-se bolos caseiros, chá e café. Com o sol novamente como companhia, sentamo-nos nos degraus de pedra antiga, no pátio interior do edifício, construído como fortaleza no início do século XIV e remodelado ao estilo renascentista no século XVII, a saborear bolo de chocolate e um chá quente, que o dia ainda está longe do fim e as pernas já levam muito caminho percorrido.

Lá dentro, encontramos chãos de madeira, salas decoradas, as masmorras, o mausoléu real, a capela, ainda a uso, bem como outras salas que também são utilizadas, ocasionalmente, para recepções e banquetes de Estado.

O complexo tem muito mais para ver do que o velho castelo, mas sem tempo para tudo há que fazer opções. Escolhemos visitar o pequeno Museu de Resistência Norueguesa, instalado num edifício de apoio à barreira de canhões que defendia a cidade, mas que nos anos que precederam a abertura do museu, em 1967, funcionava como depósito. Os dias da ocupação nazi, o apoio prestado a Hitler pelo partido nazi norueguês, bem como o combate empreendido pelos noruegueses e os britânicos contra os alemães, são documentados passo a passo, com recurso a mapas, esquemas, maquetas, cartas, selos e artefactos da época, como os jornais e rádios clandestinos usados pela Resistência.

Quando deixamos a fortaleza, encaminhamo-nos para a marginal à procura da Ópera de Oslo, inaugurada em 2008, depois de um investimento na ordem dos 500 milhões de euros. A capital norueguesa não é arquitecturalmente impressionante, mas a reforma que está a ocorrer na frente marítima promete mudar essa realidade, e o edifício da Ópera, projectado pelos arquitectos da Snøhetta, uma empresa sediada na cidade e que é também responsável pelo desenho do Pavilhão do Memorial Nacional do 11 de Setembro, em Nova Iorque, é um dos primeiros exemplos disso mesmo.

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