Do lado de fora deste palácio, de onde se tem uma vista sumptuosa sobre o Loire, há ainda para visitar as cavalariças do século XIX, à época “consideradas as melhores da Europa”, nota o guia, chamando a atenção para a curiosidade de ter uma cozinha própria com água aquecida para os cavalos — e o desenvolvimento da agora famosa empresa de couros Hermès também passou por aqui.
Chaumont-sur-Loire. Tel. : +33 (0) 254 209 922. Aberto todos os dias do ano
www.domaine-chaumont.fr
Château de Chambord
Neste ziguezague pelos châteaux na margem sul do Loire, mais um passo para Chambord, aquele que é o maior e mais monumental palácio desta região — só suplantado, em toda a França, por Fontainebleau e Versalhes.
A sua história tem igualmente a assinatura de Francisco I — também dito “O Príncipe Arquitecto” —, que o mandou construir como um faustoso couto de caça — com os seus 5440 hectares, este é o parque florestal fechado maior da Europa, com uma área equivalente à de Paris (e recebe, anualmente 750 mil visitantes).
O palácio propriamente dito, cujo arquitecto permanece desconhecido, casa a nova estética do Renascimento italiano com uma estrutura de fortaleza medieval (um torreão central com quatro torres em volta resguardadas por muralhas), onde a monumentalidade é uma obsessão: tem uma fachada com mais de 150 metros de comprimento e 50 de altura, 426 divisões, 282 chaminés, 200 capitéis esculpidos e 77 escadas, entre as quais avulta a principal, duas escadas em caracol que nunca se encontram, e que se diz ter sido inspirada em desenhos de Da Vinci.
Ironias da História: Francisco I só aí morou 72 dias, e não chegou sequer a ver a obra concluída. Dela tiraram proveito, depois, monarcas como Henrique II e… Luís XIV, que aí fazia as suas caçadas em estadias animadas com a música de Luly e o teatro de Molière. Já Napoleão fez do palácio a sede da Legião de Honra.
No interior do Château de Chambord — em visitas guiadas, que podem ir de uma a três horas –, a monumentalidade continua a ser a nota dominante. Há os aposentos reais, com lareiras, mobiliário, tapeçarias, faianças e uma também notável colecção de retratos de muitos dos monarcas e outros inquilinos, de Francisco I a Maria Antonieta, de Luís XIV a Carlos X… Incluindo o Marechal Berthier, príncipe de Wagran, a quem Napoleão ofereceu o palácio após a vitória na batalha com este nome contra o Império Austríaco.
Em 1930, o Estado francês voltou a adquirir a tutela do palácio e transformou-o em património nacional.
Ao longo de todo o ano, dentro e fora do palácio, há inúmeros festivais de todas as artes (música, teatro, literatura…), incluindo a equestre, além de jornadas nacionais de caça e pesca.
Tel.: +33 (0)254 504 000. Aberto todo o ano, excepto dias 1 de Janeiro, primeira terça-feira de Fevereiro e 25 de Dezembro.
http://chambord.or
Château de Meung-sur-Loire
Finalmente, atravessando o Loire para a margem direita, a norte, temos o Château de Meung-sur-Loire. É o centro de uma pequena cidade fundada pelos romanos no século V, e foi, desde o século XIII e até à Revolução Francesa, a residência dos bispos de Orléans.