Fugas - Viagens

  • Nuno Ferreira Santos
  • Nuno Ferreira Santos
  • Nuno Ferreira Santos
  • Nuno Ferreira Santos
  • Nuno Ferreira Santos
  • Nuno Ferreira Santos
  • Nuno Ferreira Santos
  • Nuno Ferreira Santos
  • Nuno Ferreira Santos
  • Nuno Ferreira Santos
  • Nuno Ferreira Santos
  • Nuno Ferreira Santos
  • Nuno Ferreira Santos
  • Nuno Ferreira Santos
  • Nuno Ferreira Santos
  • Nuno Ferreira Santos
  • Nuno Ferreira Santos
  • Nuno Ferreira Santos
  • Nuno Ferreira Santos

Continuação: página 6 de 10

Vale do Loire: Entre reis e rainhas no coração da França

O Hotel Groslot é um palacete que já foi paços de concelho, e que no interior evoca ainda Joana d’Arc com outra estátua e um vitral copiado de um original de Ingres. De resto, este palacete é uma das visitas obrigatórias na cidade, não apenas pela arquitectura do belo edifício em calcário e tijolo que começou a ser construído no século XVI e ganhou o figurino actual em meados do século XIX, mas também pelas marcas e memórias da passagem de reis como Carlos IX, Henrique III, Henrique IV e Francisco II, o filho de Catarina de Médicis que aí morreu com apenas 16 anos, numa cama que ainda hoje é exibida como testemunho desse momento fatídico.

Outro lugar de visita obrigatória em Orléans é a catedral gótica — mesmo se Proust a classificou como “a catedral mais feia de França”, nota a guia. Talvez o escritor se tenha referido ao acrescento, no século XIX, de duas incaracterísticas torres “coroadas”. Mas é no interior que Joana d’Arc consegue o pleno da atenção: uma capela, uma estátua, um conjunto de vitrais de Jacques Galland e Esprit Gibelin, um relógio e um friso de baixos-relevos no átrio, de autoria de Paul Belmondo (pai do célebre actor de cinema).

Na cidade, Joana d’Arc tem ainda o nome numa rua, numa porta (de Bourgogne, reconstituição daquela por onde a donzela-guerreira entrou em 1429), numa casa, em salas dos museus de Belas Artes e de História e Arqueologia… e até nos pavimentos de ruas do centro histórico, onde a sua efígie assinala os limites das esplanadas dos cafés!

Regresso a Tours

Finalmente, após o ziguezaguear entre os châteaux das duas margens do Loire, vale a pena regressar de Orléans a Tours pela margem direita do rio. Aí se verá que se trata de um curso de águas calmas, nunca muito largo... E continuaremos a ver os palácios, agora de outra perspectiva, como nos casos de Chaumont-sur-Loire e Amboise, como monumentos inscritos numa paisagem que dificilmente se esquecerá.

Tours é uma cidade com 135 mil habitantes e uma forte presença de população estudantil. E que associa as marcas da História (foi capital do reino nos séculos XV-XVI) com a modernidade. Daquelas, há todo um percurso entre a catedral, construção iniciada no século XIII, que associa os estilos românicos com o gótico e renascença até à Basílica de São Martinho, o santo fundador da cidade e que, desde o século V, foi um dos principais pólos de peregrinação cristão, logo a seguir a Roma e a Jerusalém.

Há ainda as casas medievais em madeira (Passage du Cour Navré) e a casa onde Joana d’Arc foi armada cavaleira. E também o centro da “movida” da cidade no bairro pedonal de Plumereau, concentração de cafés e restaurantes igualmente rodeados de casas centenárias em tijolo, ardósia e madeira, salvas e recuperadas a seguir à II Guerra Mundial.

A parte mais nova da cidade está simbolizada no metro futurista que percorre a Rue Nationale (uma avenida com extensão idêntica à da Boavista, no Porto), cujas linhas foram desenhadas pelo artista conceptual francês Daniel Buren. E há ainda, na área da arquitectura contemporânea, o Centro de Congressos projectado pelo “Pritzker” Jean Nouvel, ou o novo Théâtre Olympia – Centro Dramático Regional de Tours, de autoria de Nicolas Michelin, construído sobre as ruínas de um teatro romano.

--%>