Fugas - Viagens

  • Nuno Ferreira Santos
  • Nuno Ferreira Santos
  • Nuno Ferreira Santos
  • Nuno Ferreira Santos
  • Nuno Ferreira Santos
  • Nuno Ferreira Santos
  • Nuno Ferreira Santos
  • Nuno Ferreira Santos
  • Nuno Ferreira Santos
  • Nuno Ferreira Santos
  • Nuno Ferreira Santos
  • Nuno Ferreira Santos
  • Nuno Ferreira Santos
  • Nuno Ferreira Santos
  • Nuno Ferreira Santos
  • Nuno Ferreira Santos
  • Nuno Ferreira Santos
  • Nuno Ferreira Santos
  • Nuno Ferreira Santos

Continuação: página 5 de 10

Vale do Loire: Entre reis e rainhas no coração da França

Meung-sur-Loire é conhecido como “o castelo das duas faces”, uma delas medieval e outra do século XVIII, esta com a particularidade, rara, de estar pintada de cor-de-rosa.

Actualmente propriedade de Xavier Lelevé, este empresário do turismo admite que o seu palácio “não tem o brilho dos châteaux que acolheram os reis de França, mas possui, em contrapartida, um poder temporal e espiritual marcado pelos bispos de Orléans”, escreve o próprio no guia da visita.

Para além da inevitável viagem à História — por aqui passaram Joana d’Arc, que libertou o palácio dos ingleses, Francisco I e outros —, o Château de Meung-sur-Loire oferece-se como uma experiência assumidamente pedagógica, didáctica e mesmo interactiva: é possível perceber a sua evolução no tempo através de um filme exibido na cave do século XIII, onde em 1461 foi aprisionado o poeta François Villon (1431-1463), e onde está reconstituída a sala das torturas medievais.

As outras divisões do edifício — onde, no total, há mais de dois mil objectos expostos — estão organizadas para dar a conhecer e perceber os costumes de cada época histórica. Há a sala das armas, do teatro, das mulheres, das perucas e perfumes, dos doentes, além de uma casa de banho com exemplares de banheiras desde o século XIV até ao XIX. E também a sala dos licores e de jantar — onde se aprende que o serviço “à russa”, incluindo talheres e copos sobre a mesa, entrou nos hábitos da aristocracia francesa só no século XVIII, depois de uma visita do embaixador russo em Paris, Kourakine.

16, place du Matroi. Meung-sur-Loire. Aberto todo o ano (actualmente fechado até Março de 2015, para obras). Tel.: +33 (0)238 443 647
http://chateau-de-meung.com/


Orléans é… Joana d’Arc

“E Joana, a boa Lorena/ Que os ingleses queimaram em Rouen;/ Onde estão eles, onde, Virgem soberana?/ Onde estão as neves de então?”. Muito provavelmente foi François Villon, nascido precisamente no ano da morte de Joana d’Arc (1431), o primeiro poeta a “cantar” a heroína da Guerra dos Cem Anos e a mártir que a França, ainda que tardiamente, viria a consagrar como padroeira do país.

E se há uma cidade a que Joana d’Arc está intimamente ligada, mesmo que aí tenha permanecido pouco mais de uma semana, é Orléans — de resto, ela é normalmente nomeada “A Donzela de Orléans”. 

No dia 29 de Abril de 1429, a jovem chefe militar, armada cavaleira em Tours poucos dias antes, chega a uma Orléans cercada, há vários meses, pelas tropas inglesas. A 8 de Maio, estas levantam o cerco, e um mês mais tarde o exército liderado por Joana d’Arc e Carlos VII esmagam o exército britânico na Batalha de Patay, sendo o rei coroado em Reims.

O resto da história de Joana d’Arc é conhecido: é capturada no ano seguinte pelo Duque de Borgonha, aliado dos ingleses, é julgada por um tribunal eclesiástico e queimada viva em Rouen, a 30 de Maio de 1431.

Mas se, desde a canonização, em 1920, toda a França acabou por adoptar Joana d’Arc como heroína nacional, é em Orléans que mais se celebra a sua figura. Há mesmo — à imagem de Lisboa, com Pessoa, ou de Praga, com Kafka — um roteiro turístico dedicado à heroína, com 10 sítios assinalados no mapa da cidade. Começa no átrio do Hotel Groslot, com a monumental estátua em bronze, cópia de um original em mármore esculpida pela princesa Maria de Orléans em meados do século XIX.

--%>