Fugas - Viagens

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Vale do Loire: Entre reis e rainhas no coração da França

Por Sérgio C. Andrade

Palácios e palacetes há mais de mil, dizem. Mais de uma centena dos quais abertos a visitas. É o Vale do Loire, Património Mundial da UNESCO desde o ano 2000, património histórico da França desde tempos imemoriais.

Os dicionários dizem que o Loire é o maior rio de França, com mais de mil quilómetros de extensão, nascendo no sudeste do Maciço Central e desaguando a oeste, no Atlântico.

Naquilo que aqui nos interessa, o rio Loire é o veio de um vale com 280 quilómetros de comprimento, que a UNESCO classificou em 2000 como Património Mundial da Humanidade, destacando a importância desta região na “interacção entre os homens e a paisagem durante mais de 2000 anos de História”…

Mas a Fugas não foi tão longe, nem no tempo, nem no espaço. Em cinco dias, percorremos o mapa da centena de quilómetros que distam entre Tours e Orléans, visitando estas cidades e cinco dos mais famosos châteaux (um termo que designa um palácio no campo, de maior ou menor dimensão) do conjunto de perto de um milhar — mais de uma centena deles abertos ao público — que pululam como cogumelos patrimoniais nesta região.

E bem se pode dizer que este é o coração de França, não apenas pela localização geográfica, como pela sucessão de figuras e episódios históricos que viriam a consolidar o país, principalmente desde o século XV.

Neste roteiro histórico-turístico que aqui propomos, algumas personagens se destacam, de Joana d’Arc (1412-1431) a Francisco I (1494-1547), de Catarina de Médicis (1519-1589) a… Leonardo Da Vinci (1452-1519), que viveu os seus últimos três anos na pequena cidade de Amboise.

O próximo ano, 2015, vai ser, de resto, uma data redonda e festiva para esta região: passam 500 anos sobre a Batalha de Marignan (13 e 14 de Setembro de 1515), a vitória sobre o Reino de Milão com que Francisco I “inaugurou” o seu reinado, cuja coroação tivera lugar em Janeiro desse ano em Amboise, quando tinha apenas 20 anos. As duas datas irão naturalmente ser aproveitadas para potenciar o apelo turístico e patrimonial de uma região que oferece múltiplas razões para uma visita.

Chegados a Amboise, ouve-se falar, em primeiro lugar, de Francisco I, dito o Rei Cavaleiro e Guerreiro — recorde-se que foi contemporâneo de Carlos V, imperador castelhano e romano-germânico, e de Henrique VIII de Inglaterra —, mas que deixou também, e principalmente, a sua marca como introdutor do Renascimento em França. E a mais marcante das suas decisões, neste domínio, ainda que sobretudo simbólica, talvez tenha sido mesmo o convite feito a Leonardo Da Vinci para se radicar nas margens do Loire.

Recuando cerca de um século na História, estamos no tempo de Joana d’Arc, “Donzela [La Pucelle] de Orléans”, a heroína adolescente que libertou o seu país do domínio dos ingleses, pagando a ousadia com a vida, mas conquistando a imortalidade (e a santidade). É dela que aqui permanentemente se fala, e é ela que se vê, em cada esquina, principalmente na cidade de Orléans…

Voltando a avançar no tempo, temos Catarina de Médicis, a rainha e regente mais poderosa da época, e a mais notória das “Cinco Damas” que habitaram e construíram o Château de Chenonceau, o mais belo da região.

É assim, entre reis, rainhas, castelos e histórias da época do Renascimento que viajamos no Vale do Loire. Mas aí ouviremos também falar de figuras posteriores, como Luís XIV e D’Artagnan, astrónomos como Ruggieri e Nostradamus, escritores como François Villon e Madame de Staël, artistas como a actriz Sarah Bernhardt ou o arquitecto Jean Nouvel.

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