De Londres, o centro da dissidência, a Worcester, onde está enterrado o rei João, passando por Windsor, o seu castelo preferido, York, Oxford, Canterbury, Saint Alban, Norwich e Oxford, por exemplo, serão muitas as iniciativas a recordar a Magna Carta e os tempos em que surgiu, desde festivais e música a conferências, de exposições de documentos medievos ao fabrico de cerveja à maneira medieval. Claro que as estrelas destas exposições são os exemplares da Magna Carta, entre eles os quatro únicos sobreviventes de 1215: dois destes estão em Londres, outro no castelo de Lincoln (também nos roteiros), mas o que se destaca, pelo seu estado de preservação, encontra-se na catedral de Salisbury, cidade medieval por excelência, a meio caminho de Stonehenge.
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Milão, Itália
O velho adágio diz que “em Roma sê romano” e Milão decidiu voltar aos tempos em que era Mediolanum e chegou a ser capital do Império Romano do Ocidente. Um piscar de olho ao passado enquanto propõe pistas para o futuro da comida, o tema central da Expo 2015 de que é anfitriã (pela segunda vez na história da exposição universal, depois da estreia em 1906). Esta feira mundial, que terá a participação de 144 países e vai decorrer durante meio ano a partir de Maio, vai apresentar-se na forma de uma cidade romana, com largas avenidas, um canal e até um lago artificial, com os pavilhões (entre estes, trabalhos de Norman Foster ou Daniel Libeskind) a alinharem-se e a comporem, por exemplo, um bairro de “comida do futuro”, com show cookings que pelas noites serão acompanhados por provas de vinho.
Paralelamente, reflectir-se-á sobre a agricultura sustentável e a nutrição global, quem sabe desvendando caminhos para acabar com a fome no mundo, numa cidade que é mais conhecida pela aura de riqueza que a enforma como um dos centros industriais e financeiros de Itália. E, claro, a capital da moda (passarela principal na Via della Spiga), que não passa indiferente à Expo 2015 — em Setembro, integrado na semana da moda, vai decorrer o evento “Milão, 100 anos de moda”, para o qual os mais consagrados estilistas milaneses vão criar colecções étnicas relacionadas com o tema da exposição universal.
Entre os mais de sete mil eventos previstos, destaque para os realizados em colaboração com a Trienal de Milão — entre estes a exposição Leonardo em Milão, que se debruçará sobre os 25 anos que Leonardo Da Vinci passou na cidade (onde a sua Última Ceia é um ponto de visita incontornável) e estará patente no castelo dos Sforza (Sforzesco), onde dividirá o espaço com a Pietà Rondanini de Miguel Ângelo; e a “reposição” da mostra, inaugurada em 2010, sobre Caravaggio. Nota ainda para o La Scala, que pela primeira vez na sua história não vai fechar no Verão, acompanhando a Expo 2015 com ópera, ballet e concertos (incluindo com o maestro Zubin Mehta) e para o novo centro de arte, desenhado por Rem Koolhaas, que será inaugurado com exposições de Anish Kapoor e Laurie Anderson.
Na cidade que tem na sua catedral, o duomo, a quinta maior do mundo, um dos seus símbolos máximos, sublinhe-se a reabertura do seu museu depois de oito anos de obras — acompanhada pelo jardim botânico que vai ser montado na sua praça, onde as Galerias Victor Emanuel, as mais antigas do mundo (1877), são outra atracção turística, em tributo ao tema da Expo 2015. E esta não é só Milão, é também a Lombardia, a região de que é capital e que tem nove locais que são património da humanidade, muita arte e cultura para oferecer a todos os que busquem o futuro sem esquecer o passado.