Durante 2015 serão 600 os eventos que marcarão a capital europeia da cultura em Plzen. Destaque, por exemplo, para a exposição biográfica dedicada a Jirí Trnka, nativo da cidade e conhecido como “Walt Disney do Leste”, e cujo estúdio estará ainda representado por exposições do seu filho e neto, para a reabertura de obras emblemáticas do arquitecto checo Adolf Loos, um dos precursores da arquitectura europeia moderna, que terão os interiores renovados e para o “regresso” aos monumentos barrocos da região que serão animados por música da época, teatro e gastronomia. O Festival de Luz e Arte em Espaços Públicos será um dos pontos altos do ano, assim como a temporada de Novo Circo, que levará à cidade companhias nacionais e estrangeiras. Dança, design, teatro e música enformarão grande parte da programação que arranca a 17 de Janeiro.
Monte Saint-Michel, França
É conhecido como “a maravilha da Europa ocidental”, erguendo-se numa ilhota rochosa de uma baía que recebe as maiores (e mais velozes: como um cavalo a galope) marés do continente. Na Normandia já à vista da Bretanha, o Monte de Saint-Michel é um solene guardador dos séculos que se transformou na terceira atracção turística de França e em Património Mundial da UNESCO. Porém, o seu carácter insular foi-se perdendo à medida que o mar recuava e a terra avançava, muito por interferência humana (construção de ligação a terra, de barragem e até de um parque de estacionamento aos pés da muralha) — o Monte Saint-Michel passou a estar totalmente cercado por água somente durante as grandes marés equinociais, ou seja, umas horas em apenas 53 dias por ano. Contudo, em 2015, o Monte Saint-Michel vai ser devolvido integralmente ao oceano, como culminar de um processo de obras que durou dez anos e que pretende restaurar o espírito milenar do local místico que atraiu multidões ao longo dos séculos.
Novamente ilha será, então, este pedaço de terra, local de culto desde tempos pré-cristãos e que desde o século VIII alberga espaços de culto católicos, dedicados ao arcanjo São Miguel. A “maravilha” que hoje forma o topo da ilhota começou por ser igreja pré-românica, foi igreja abacial românica e terminou como abadia gótica, que a fez crescer em altura e esplendor. Por esta altura, já a ordem beneditina se tinha instalado e a povoação se tinha começado a desenvolver. Hoje, ainda protegida pelas muralhas, a vila, com os seus numerosos edifícios classificados, e o complexo religioso, pousados na baía, permanecem uma visão do passado, recheada de pequenos museus, pequeno comércio e restaurantes típicos, cenário de perfeita harmonia entre o natural e o construído.
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Birmânia
Uma planície polvilhada de milhares de templos, mosteiros e pagodes: stupas e torres douradas imiscuindo-se com o verde até onde a vista alcança em panorama quase technicolor. É assim Bagan, é assim o principal cartaz turístico da Birmânia, que começa, finalmente a abrir-se ao mundo (a libertação de Aung San Suu Kyi, após 15 anos de prisão e exílio, deu o mote da abertura do regime e, entretanto, já foram libertados centenas de presos políticos) — e o mundo responde, voltando-se para (re)descobrir o país que um regime ditatorial manteve fechado a olhares curiosos durante décadas.