Por isso, este será o ano de muitas peregrinações — turcas, australianas, neo-zelandesas, britânicas — aos campos de batalha, cemitérios, memoriais, mas também será um bom pretexto para conhecer uma região turca menos habituada aos roteiros turísticos. A sua proximidade ao mar Egeu significa uma porta para uma miríade de ilhas — e para quem gosta de mergulho, um mar recheado de navios de guerra naufragados — e para a luminosidade mediterrânica.
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Mons, Bélgica
De capital cultural da Valónia, uma das três regiões federadas da Bélgica, a Capital Europeia da Cultura em 2015 (em conjunto com Plzen) — talvez não fosse de todo imprevisível este destino de Mons, a cidade belga que tem num macaco, uma estatueta de bronze que habita a fachada da câmara municipal, a sua mascote (diz a lenda que se a afagamos com a mão esquerda, teremos boa sorte). Mas agora a cidade da cultura pretende aproveitar 2015 para afirmar-se como “vale criativo”, num movimento de “metamorfose”, que parece ser a palavra de ordem da cidade para o próximo ano.
Não que a criatividade ande longe de Mons — na verdade, tem sido um porto de abrigo para artistas e criadores desde há anos, servidos por teatros, museus, salas de exposições; contudo, o slogan da capital europeia da cultura resume essa tal metamorfose: “Onde a tecnologia encontra a cultura”.
Assim, entre cinco novos museus, será inaugurado um novo centro de congressos com assinatura de Daniel Libeskind — a nova estação de comboios, de Santiago Calatrava, não será terminada a tempo de 2015 — que certamente competirá com o único campanário barroco da Europa (uma das três inscrições de Mons na lista de Património Mundial da UNESCP), que foi alvo de renovação e reabrirá no próximo ano. E os dois artistas “residentes” mais destacados de Mons serão alvo de duas das mais esperadas exposições da capital europeia da cultura: Van Gogh, que vivia numa aldeia de Mons quando decidiu abandonar a vida de missionário para assumir-se como artista, e Paul Verlaine, que esteve preso em Mons depois de se ter envolvido numa briga com Rimbaud. Com cultura, tecnologia e a participação activa dos cidadãos, Mons 2015 abre oficialmente a 24 de Janeiro.
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Plzen, República Checa
Se o destino de Mons podia ser previsível, o de Plzen seria mais enigmático — afinal, a cidade checa mais depressa se associaria à cerveja (Pilsen) a que empresta o nome do que propriamente à cultura. Mas em 2015 será esta quem mais ordena, quando Plzen assumir o título de Capital Europeia da Cultura — não estará a voltar as costas à sua herança industrial, estará sim a abrir mais uma porta no desenvolvimento da cidade, no qual, esperam os organizadores, a cultura tenha um papel central. Para tal, não se pouparam esforços nesta cidade de quatro rios, a meio caminho entre o leste e o oeste, antiga encruzilhada de mercadores, e até antigas fábricas e outros equipamentos industriais foram reconvertidos e colocados à disposição do futuro cultural da cidade — por exemplo, uma fábrica de papel é agora um centro cultural, dedicado sobretudo à música, teatro e artes plásticas, e o centro de transportes é o DEPO 2015, uma “zona criativa” que seguirá como incubadora de novos projectos artísticos.